Numa entrevista à ABC News o presidente dos Estados Unidos falou sobre o seu estado de saúde que tem preocupado os democratas, e justificou a sua desastrosa prestação no debate contra Donald Trump.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse na passada sexta-feira, numa entrevista televisiva à ABC News, que apenas o "Senhor todo-poderoso" poderia persuadi-lo a abandonar a corrida presidencial à Casa Branca.
"Se o Senhor todo-poderoso descesse e dissesse: ‘Joe, saia da corrida’, eu sairia da corrida", afirmou. Mas "o Senhor Todo-Poderoso não vai descer."
Apesar do seu estado de saúde ser motivo de preocupação para os democratas, o presidente de 81 anos garante estar apto para cumprir outro mandato, e assume-se como o candidato ideal para derrotar o opositor republicano, Donald Trump, nas eleições de novembro. Joe Biden recusa-se assim a fazer um teste cognitivo e a tornar esses resultados públicos.
"Faço um teste cognitivo todos os dias. Todos os dias faço esse teste", afirmou ao rejeitar a ideia de algumas autoridades democratas que deveria ser substituído por uma alternativa mais jovem, após odebate contra Donald Trump. "Isso não vai acontecer."
O frente a frente ocorreu na CNN internacional, a 27 de junho. Biden disse que esse foi "um mau episódio" e atribui o seu fraco desempenho à exaustão e a uma "forte constipação". Insistiu também que continua a ter o apoio dos líderes democratas Chuck Schumer, Hakeem Jeffries e Nancy Pelosi.
"Foi um mau episódio. [Não há] nenhuma indicação de qualquer condição grave. Eu estava exausto. Não ouvi os meus instintos em termos de preparação. Uma noite má", disse ao apresentador da ABC News, George Stephanopoulos, com uma voz rouca e enquanto tropeçava ocasionalmente nas palavras. "Tive uma noite má. Não sei porquê."
George Stephanopoulos observou que Biden havia regressado da Europa 12 dias antes do debate, e que tinha passado seis dias no retiro presidencial de Camp David. Perguntou então "por que não houve tempo de descanso suficiente", ao qual a resposta obtida foi: "Porque eu estava doente. Estava a sentir-me péssimo. Na verdade, o médico está comigo. Perguntei se eles fizeram um teste de Covid porque estão a tentar descobrir o que havia de errado. Fizeram um exame para ver se eu estava ou não com alguma infeção, sabe, um vírus. Acabei por apanhar uma constipação muito forte."
Numa conversa livre de grandes gafes, mas que provavelmente não apaziguará os críticos, George Stephanopoulos perguntou se o presidente estaria a ser realista quando disse acreditar que poderia derrotar Trump. Biden afirmou não crer que "alguém seja mais qualificado" para este cargo.
Contudo, caso perca esta corrida para Donald Trump, respondeu: "Sentirei que, desde que tenha dado tudo de mim e feito o melhor trabalho que sei que posso fazer, é disso que se trata."
A entrevista de 22 minutos foi exibida pela ABC News e estava a ser examinada pelos democratas que se encontram preocupados com a capacidade do presidente para dirigir o país por mais quatro anos. O apresentador garantiu que a entrevista não foi cortada, nem editada.
O digital aproximou-nos e encurtou distâncias, mas ocupou o tempo morto e normalizou a comparação.
Só espero que, tal como aconteceu em 2019, os portugueses e as portuguesas punam severamente aqueles e aquelas que, cinicamente e com um total desrespeito pela dor e o sofrimento dos sobreviventes e dos familiares dos falecidos, assumem essas atitudes indignas e repulsivas.
Identificar todas as causas do grave acidente ocorrido no Ascensor da Glória, em Lisboa, na passada semana, é umas das melhores homenagens que podem ser feitas às vítimas.
O poder instituído terá ainda os seus devotos, mas o desastre na Calçada da Glória, terá reforçado, entretanto, a subversiva convicção de que, entre nós, lisboetas, demais compatriotas ou estrangeiros não têm nem como, nem em quem se fiar
