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Trump prevê “período de transição” económica nos EUA e insiste nas tarifas

Lusa 10 de março de 2025 às 09:36
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"Quem sabe? Tudo o que posso dizer é que vamos arrecadar centenas de mil milhões [de dólares] em tarifas e vamos ficar tão ricos que não vamos saber como gastar todo esse dinheiro", defendeu o presidente dos Estados Unidos.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, disse no domingo que espera um "período de transição" económica marcado pelas tarifas que os Estados Unidos impuseram ou pretendem impor a produtos de outros países.

REUTERS/Annabelle Gordon

"Detesto prever coisas desse género. Há um período de transição, porque o que estamos a fazer é tão bom que estamos a trazer a riqueza de volta aos Estados Unidos", afirmou numa entrevista à emissora conservadora norte-americana Fox News, quando questionado sobre alguns dados que apontam para uma recessão este ano.

No avião presidencial, o Air Force One, de regresso após passar o fim de semana na casa em Mar-a-Lago, Trump disse que é normal duvidar sobre a possibilidade de os EUA entrarem em recessão.

"Quem sabe? Tudo o que posso dizer é que vamos arrecadar centenas de mil milhões [de dólares] em tarifas e vamos ficar tão ricos que não vamos saber como gastar todo esse dinheiro", respondeu.

Paralelamente, numa entrevista a uma outra emissora norte-americana, a NBC, o secretário do Comércio, Howard Lutnick, garantiu que "não vai haver recessão nos EUA".

"As tarifas globais vão baixar porque o Presidente Trump disse: 'Querem impor-nos 100%? Nós vamos impor-lhes 100%'", argumentou.

Trump teve de abordar os avanços e recuos nas taxas dirigidas ao México e ao Canadá, que estão a preocupar os mercados, e avançou que as "tarifas recíprocas" entram em vigor a 02 de abril.

O republicano insistiu que a imposição das taxas acontece porque outros países estão "a roubar" os Estados Unidos.

Na semana passada, Trump reconheceu que a política económica que está a adotar pode exigir "pequenos ajustes" aos norte-americanos.

No que se refere às tarifas recíprocas sobre os produtos dos países que tributam as importações dos EUA, Lutnick explicou: "Alguns produtos fabricados no estrangeiro podem ser mais caros, mas os norte-americanos ficarão mais baratos, e é esse o objetivo".

Desde que regressou à Casa Branca, Trump ameaçou com tarifas México, Canadá, China, entre outros países. As taxas foram aplicadas mas, em alguns casos, foram revertidas temporariamente, como no caso dos bens incluídos no acordo de comércio livre T-MEC com os vizinhos Canadá e México.

"Vamos atrair empregos, vamos reabrir fábricas", prometeu o Presidente, em declarações à imprensa na tarde de domingo, antes de aterrar em Washington.

Em relação à pausa nas tarifas sobre o setor automóvel, que está totalmente integrado entre os três países, Trump declarou que o fez porque queria "ajudar os fabricantes norte-americanos".

O republicano referiu, porém, que as taxas "podem subir" mais tarde.

Trump recusou-se a avaliar estas políticas tendo em conta o impacto na bolsa e propôs o modelo de acompanhamento económico chinês: "Se olharmos para a China, eles têm uma perspetiva de 100 anos. Nós vamos por trimestres, e não se pode fazer isso dessa forma, é preciso fazer a coisa certa", disse.

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