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Trump exige entrega de reféns mortos e avisa que "o trabalho não terminou"

Lusa 14 de outubro de 2025 às 19:34

Na segunda-feira, 20 reféns vivos foram entregues pelo Hamas a Israel, mas apenas quatro corpos dos 28 que se presumem mortos foram devolvidos.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, exigiu esta terça-feira a devolução dos corpos dos reféns ainda mantidos na Faixa de Gaza, ao mesmo tempo que avisou que o trabalho relacionado com o cessar-fogo no enclave palestiniano “não terminou”.
Trump discursa no parlamento israelita com Netanyahu ao lado Chip Somodevilla/Pool via AP
Numa mensagem na rede Truth Social, o líder da Casa Branca instou o grupo islamita palestiniano Hamas a devolver os corpos dos reféns, uma medida que considera necessária para avançar para a próxima fase do seu plano para o território. "Foi retirado um grande fardo, mas o trabalho não terminou”, declarou Trump na sua mensagem, adicionando, em maiúsculas: “Os mortos não foram entregues conforme prometido”. O Presidente dos Estados Unidos foi o principal impulsionador do acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza, que foi negociado ao longo de vários dias em Sharm el-Sheikh, no Egito, com a mediação de delegações egípcias, qataris e turcas. As mesmas partes assinaram, na segunda-feira na estância egípcia, uma declaração que as compromete com o entendimento. Nesta fase, foi acordado o cessar-fogo, a retirada gradual das forças israelitas, a entrada em massa de ajuda humanitária no enclave palestiniano e a troca de reféns por prisioneiros. Na segunda-feira, 20 reféns vivos foram entregues pelo Hamas a Israel, mas apenas quatro corpos dos 28 que se presumem mortos foram devolvidos. Em troca, 1.968 prisioneiros palestinianos foram também libertados, incluindo muitos condenados por ataques mortais contra Israel, bem como 1.700 palestinianos presos por alegadas “razões de segurança", desde o início da guerra, em outubro de 2023. No mesmo dia, o ministro da Defesa de Israel considerou que o baixo número de devoluções de corpos constitui uma “violação dos compromissos” assumidos pelo Hamas, embora o paradeiro dos restos mortais de vários reféns seja dado como incerto. O acordo de cessar-fogo define que um comité internacional ajude o grupo islamita a encontrar os corpos de reféns dados como desaparecidos. Entretanto, ainda no âmbito do entendimento, Israel entregou hoje 45 corpos de palestinianos mortos. Fonte da segurança do Egito indicou hoje sob anonimato à agência espanhola EFE que o Hamas reafirmou o seu compromisso de devolver os corpos dos reféns, depois de Israel ter avisado que não haveria progressos nas negociações até que todos fossem devolvidos. A mesma fonte relatou que "os líderes israelitas consideram esta questão essencial e urgente" e sublinhou que a devolução dos corpos é uma pré-condição para qualquer entendimento posterior sobre as fases avançadas do acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza. Quando mais de duas dezenas de corpos continuam por recuperar na Faixa de Gaza, o Fórum das Famílias dos Reféns escreveu ao enviado da Casa Branca, Steve Witkoff, a exigir que o grupo islamita palestiniano cumpra a sua parte. Numa “carta urgente” divulgada hoje pelo fórum, que representa a maioria dos familiares das pessoas em cativeiro ao longo dos últimos dois anos, a organização pediu a Witkoff que "faça todos os possíveis e não deixe pedra sobre pedra para exigir que o Hamas cumpra a parte do acordo e traga todos os reféns restantes para casa". A segunda fase do acordo, cujas negociações o líder norte-americano disse já terem começado, vai abordar a reconstrução do enclave, bem como o desarmamento do Hamas e a governação da Faixa de Gaza. A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada pelos ataques liderados pelo Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, nos quais morreram cerca de 1.200 pessoas e 251 foram feitas reféns. Em retaliação, Israel lançou uma operação militar em grande escala na Faixa de Gaza, que provocou mais de 67 mil mortos, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas, a destruição de quase todas as infraestruturas do território e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.
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