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Das novas séries aos concertos que aí vêm: 24 propostas para um grande 2024

Na música, no teatro, no humor, no cinema, na televisão e na gastronomia, trazemos-lhe um resumo do que valerá a pena ver, ouvir, fazer e provar ao longo do ano em Portugal.

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Edição de 5 a 11 de agosto
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Gonçalo Correia , Pedro Henrique Miranda 04 de janeiro de 2024 às 08:00

Em todos os recomeços perguntamos o mesmo. O que trará o novo ano? Será este melhor ou pior do que o anterior? Sabemos que boa parte será uma surpresa, mas nem tudo tem de ser uma incógnita: em muitos sentidos, o caminho já está delineado, e o seu pode muito bem passar por uma destas propostas. Fique com 24 ideias para um ano em cheio, na música, cinema, televisão, gastronomia, teatro e muito mais. 

Para Ver

1. Viver as grandes histórias musicais

Este será novamente um ano de grandes biografias no grande ecrã, com duas das maiores figuras da música popular a serem homenageadas: realizado por Reinaldo Marcus Green (King Richard), Bob Marley: One Love terá Kingsley Ben-Adir no papel do tão idolatrado quanto inompreendido rei do reggae e chega às salas de cinema a 14 de fevereiro; e, em Back to Black, a atriz Marisa Abela traz de volta à vida Amy Winehouse, num filme assinado por Sam Taylor-Johnson (Cinquenta Sombras de Grey) que relata a ascensão e queda da estrela da soul.

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2. Regressar ao universo dos grandes êxitos do Cinema

Alguma vez terá havido um ano com tantas grandes sequelas no cinema? Listamos apenas as maiores: a segunda parte de Dune, adaptação megalómana da saga de Frank Herbert realizada por Denis Villeneuve; o Joker de Joaquin Phoenix que regressa (desta vez ao lado de Lady Gaga como Harley Quinn) pela mão de Todd Phillips e sob o nome pomposo Folie à Deux; Furiosa, a muito aguardada sequela do aclamadíssimo reboot de Mad Max, de George Miller; e, mais de 20 anos depois, o aguardado regresso de Ridley Scott à história de Gladiador, com Paul Mescal (Aftersun, Normal People) como protagonista.

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3. Voltar a clássicos com uma nova vida

São ambos clássicos, embora cada um à sua maneira: Nosferatu, ícone do cinema mudo de 1922 e pico do expressionismo alemão dirigido por F.W. Murnau, regressa mais de cem anos depois pela mão do prodígio do terror Robert Eggers, com Bill Skarsgard, Nicholas Hoult, Lily Rose-Depp e Willem Dafoe no elenco. Já Mean Girls, celebrado como uma das melhores comédias adolescentes do século XXI, é reescrito (por Tina Fey, autora do original) em formato de musical, desta feita com Angourie Rice, Renée Rapp e Auli’i Cravalho nos papéis principais.

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4. Testemunhar os vencedores do grande ecrã 

Serão duas das estreias mais aguardadas do ano. Vencedor do Leão de Ouro de Veneza, Pobres Criaturas marca o regresso de Yorgos Lanthimos (A Favorita, A Lagosta), numa comédia caracteristicamente bizarra protagonizada por Emma Stone, Willem Dafoe e Mark Ruffalo. Já Anatomia de uma Queda, que conquistou a Palma de Ouro de Cannes, é um devastador drama de tribunal sobre dinâmicas familiares, e as consequências de um desastre e das subsequentes investigações.

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5. Vibrar com um jogo de ténis na Netflix

Nunca tinha acontecido e é, por isso e para este desporto, um marco que pode mudar as regras do jogo: pela primeira vez, a Netflix vai transmitir um encontro de ténis. A 3 de março, um domingo, Rafael Nadal e Carlos Alcaraz vão defrontar-se no The Netflix Slam, a decorrer na Michelob Ultra Arena, em Los Angeles. "Outros jogadores e confrontos serão anunciados numa data posterior", já fez saber a plataforma.

6. Apoiar a ficção nacional

À data de fecho desta edição, o calendário de estreias de séries portuguesas em 2024 permanecia obscuro. Já se sabe, porém, que a 15 de janeiro estreia na Prime Video a série Matilha, que acompanha a personagem homónima revelada na série Sul e interpretada pelo ator Afonso Pimentel. Passará, também, na RTP. Com argumento de Edgar Medina, Rui Cardoso Martins e Guilherme Mendonça, conta com Margarida Vila-Nova, Ricardo Pereira e Catarina Wallenstein no elenco. Outras séries a reter com estreia já confirmada: O Americano, de Ivo M. Ferreira, sobre a fuga da prisão do assaltante Faustino Cavaco em 1986, e um documentário em três episódios sobre Jorge Nuno Pinto da Costa.

7. Encontrar velhas personagens na TV

Lembra-se destas personagens de grande êxito no grande ecrã? Voltará a vê-las, desta feita em formato televisivo. O icónico espadachim mascarado que responde pelo nome de Zorro será alvo de uma "reinterpretação ousada" na série espanhola do mesmo nome, que estreia na primeira metade do ano na Prime Video. Por sua vez, Mr. e Mrs. Smith já não são Brad Pitt e Angelina Jolie mas Donald Glover e Maya Erskine, numa série da Prime Video que estreia em fevereiro; e, depois do fracasso da adaptação ao cinema, Avatar: O Último Airbender é adaptado pela Netflix a live-action, a partir da popular série de animação da Nickelodeon - disponível a 22 de fevereiro.

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8. Contemplar as novas peças de teatro

O ano traz uma peça de Tiago Rodrigues, encenador, dramaturgo e diretor artístico do Festival d’Avignon. Na Medida do Impossível, já apresentada em vários países mas nunca em Portugal, reflete sobre experiências vividas em campos de refugiados e pode ser vista na Culturgest, em Lisboa, de 17 a 25 de abril. Há mais para ver, como um espetáculo novo de Marco Martins, inspirado no Ulisses de Joyce, na Odisseia de Homero e nas experiências de jovens institucionalizados (8 a 16 de junho, São Luiz), e Quis Saber Quem Sou, nova peça de Pedro Penim (20 a 28 de abril, S. Luiz). Destaque ainda para Fado Alexandrino, com encenação de Nuno Cardoso a partir de Lobo Antunes (5 a 28 de abril no Teatro São João, Porto, 3 a 4 de maio no CCB, em Lisboa), The Confessions, do britânico Alexander Zeldin (5 e 6 de abril, CCB), a nova peça de Cláudia Lucas Chéu e Albano Jerónimo, Os demónios não gostam de ar fresco (10 a 14 de abril, São Luiz) e O 25 de Abril Nunca Aconteceu, de Ricardo Alves (11 a 27 de abril, Teatro Carlos Alberto, Porto).

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9. Sintonizar as melhores séries estrangeiras

Será difícil que as greves de 2023 em Hollywood não tenham impacto em 2024. Ainda assim, há muito para ver, como a quarta temporada de True Detective, com Jodie Foster (estreia a 14 de janeiro, na HBO Max), e a nova Mestres do Ar, passada na II Guerra Mundial e com Tom Hanks e Spielberg como produtores executivos (26/1, Apple TV+). O ano vai ainda trazer mais uma adaptação de um videojogo à ficção televisiva - The Fallout, a 12 de abril na Prime Video -, Os Irmãos Sun, com Michelle Yeoh (Netflix, esta 5.ª, 4), The Penguin, um spin-off de The Batman protagonizado por Colin Farrell (HBO Max), O Problema dos 3 Corpos, série dos criadores de Game of Thrones (Netflix, ainda sem data), The Regime, com Kate Winslet (4/3, HBO Max) e os regressos de House of the Dragon (HBO Max), Bridgerton (Netflix), The Boys (Prime Video) e possivelmente The Bear (Disney+).

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No Humor

10. Rir com a "coach" Joana Marques

Os bilhetes voaram para Desconfia, espetáculo de Joana Marques apresentado como "o maior evento de desmotivação do mundo" e protagonizado por uma "coach de baixa performance e convidados com histórias nada inspiradoras". Um reflexo notório do sucesso de Extremamente Desagradável, emitido na Rádio Renascença. Para ver a 22 e 23 de março na Altice Arena, em Lisboa.

11. Comemorar a carreira de Herman José

São 50 anos de carreira de um humorista indissociável do género em Portugal - não é pouca coisa. Para assinalá-lo, Herman começa um ano em cheio com duas datas no Teatro Tivoli, em Lisboa, a 25 e 26 de janeiro, onde apresenta o espetáculo Da Clave de Sol à Clave de Lol. Mais perto do fim do ano, regressa com a sua Big Band para nova celebração, desta feita em Lisboa (5/10, Campo Pequeno) e Porto (19/10, Super Bock Arena).

12. Ver os novos humoristas em palco

O novo humor vive um grande momento no País - como confirma a abundância de espetáculos de stand-up agendados para este ano. Fique com uma pequena amostra: Pedro Teixeira da Mota apresenta o seu terceiro espetáculo ao vivo, Pata de Ganso, em 15 datas entre 11 de janeiro e 26 de abril; a youtuber Mafalda Creative estreia o seu segundo, Despedida, no Coliseu dos Recreios, a 2 de março; e Manuel Cardoso dá continuidade ao seu novo projeto, Red Flag, em 12 datas por todo o País, a partir de 17 de fevereiro e até 6 de junho.

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Para Ouvir

13. Revisitar velhos e conhecer novos festivais

A velha lei de Lavoisier, segundo a qual nada se perde e tudo se transforma, pode não servir de consolo aos devotos do rap, que em 2024 estarão órfãos do Rolling Loud. Mas 2024 vai também ser um ano de novos festivais, como o Belém Soundcheck - que de 21 a 24 de março leva ao CCB Amaro Freitas, Tirzah e Patti Smith com os Soundwalk Collective - e o prestigiado Coala Festival, evento brasileiro que a 1 e 2 de junho terá a sua primeira edição em Portugal, no Hipódromo Manuel Possolo, já com concerto de Gilberto Gil confirmado. Entre velhos conhecidos, o portuense Primavera Sound vai receber, por exemplo, Lana Del Rey, Pulp e SZA, o Rock in Rio Doja Cat, Ed Sheeran e Scorpions, o NOS Alive Pearl Jam e Dua Lipa, o Vodafone Paredes de Coura The Jesus and Mary Chain, Cat Power e Slowdive e o MEO Kalorama LCD Soundsystem, Massive Attack, Sam Smith, Jungle, Peggy Gou e The Smile.

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14. Viver o 25 de abril com música

No ano em que se comemora meia década da Revolução dos Cravos, será mais do que expectável contar com uma celebração apropriada. Antecipando-se a programações completas para a data, pode desde já contar com estes concertos: Sérgio Godinho e os Assessores inauguram a festa com Liberdade25, um espetáculo em que revisita os temas de uma carreira indistinguível dos valores de Abril, no Coliseu de Lisboa a 20 e 21 de Março e no Coliseu do Porto a 25. Já na véspera do 25 de abril, o Centro Cultural de Belém recebe A Luta Continua, concerto dirigido por Hélder Gonçalves e Manuela Azevedo, dos Clã, com os convidados Ana Lua Caiano, Capicua, Eu.Clides, Jonas, Paulo Flores e Xullaji.

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15. Um musical, porque não?

O Portugal dos anos 1970, o 25 de abril, a guerra colonial, a emigração para França, muitas canções e uma história clássica de um amor aparentemente impossível, ou pelo menos muito dificultado pelas circunstâncias. São estes os ingredientes do musical A Madrugada que Eu Esperava, protagonizado por Bárbara Tinoco e Carolina Deslandes - autoras também da banda-sonora - que pode ser visto de 14 de fevereiro a 28 de abril no Teatro Maria Matos, em Lisboa, e a 30 e 31 de maio no Coliseu do Porto. O texto ficou a cargo do escritor Hugo Gonçalves e a encenação é de Ricardo da Rocha.

16. Ir a grandes concertos

Espera-nos mais um ano de grandes apoteoses de arena, com alguns dos maiores nomes internacionais a fazerem muito antecipadas passagens por Portugal. Em janeiro, o cantautor brasileiro Tim Bernardes volta a trazer canções intimistas numa voz transcendente a Coimbra (20/1), Porto (31/1) e Lisboa (1 e 2/2); a figura do ano passado para a revista Time, Taylor Swift, protagoniza o maior evento musical do ano, atuando para dezenas de milhares de pessoas a 24 e 25 de maio, no Estádio da Luz; e a jovem prodígio da pop Olivia Rodrigo não lhe fica muito atrás, com duas datas há muito esgotadas na Altice Arena, a 22 e 23 de junho.

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17. Apoiar a música portuguesa

Há músicos de topo a lançar novos discos, como Slow J, que apresenta Afro Fado na Altice Arena em duas datas esgotadas; ou Capitão Fausto, que, mesmo com menos um elemento, regressam com uma digressão de não menos de 19 datas de apresentação de Subida Infinita, o seu quinto álbum. Mas há também nomes que solidificam o seu lugar no panteão de grandes artistas: a fadista Gisela João e o compositor Bruno Pernadas celebram ambos dez anos do seu primeiro disco - ela em Lisboa (20/1) e Porto (27/1), ele em Lisboa (1/3) e Braga (20/4); David Fonseca apresenta-se em nove datas por todo o País em celebração de 25 anos de carreira; Bárbara Tinoco alcança um novo auge com concerto na Altice Arena (12/10); e o rapper Dillaz revisita os êxitos do seu percurso nos Coliseus: 1/3 em Lisboa, e 15/3 no Porto.

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Para Comer & Beber

18. Ver brilhar as novas estrelas nacionais

Pela primeira vez, Portugal terá o seu próprio Guia Michelin e a estreia promete ser feita com estilo. A gala de revelação das estrelas e distinções do guia acontece a 27 de fevereiro, no NAU Salgados Palace, em Albufeira, e conta com jantar organizado por Rui Silvestre (Vistas, uma estrela) e Dieter Koschina (Vila Joya, duas estrelas), além de espetáculos de showcooking e concertos. Para quem não puder marcar presença, a cerimónia será exibida em live streaming nos canais oficiais do Guia Michelin.

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19. Comungar na festa dos foodies

O Chef’s on Fire, festival gastronómico que junta promessas e nomes estabelecidos da cozinha nacional, volta a realizar-se de 20 a 22 de setembro, na FIARTIL - Feira de Artesanato do Estoril, em Cascais, com atrações que incluem pratos e concertos para provar e ouvir diariamente. Os bilhetes já estão à venda por €85 (diário) ou €215 (geral) até agosto, altura em que sobem para €90 e €230, respetivamente.

20. Tornar-se especialista em vinho português

Para alguns, é o maior acontecimento do ano no mundo dos amantes de vinho: centenas de produtores reúnem-se na Essência do Vinho para dar a provar milhares de referências - uma oportunidade de aumentar exponencialmente o seu conhecimento vínico. As edições deste ano já estão marcadas: a portuense acontece de 22 a 25 de fevereiro no Palácio da Bolsa, sendo precedida da Wine & Travel Week, que decorre desde 18; e a lisboeta acontece de 9 a 11 de novembro no Centro de Congressos.

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21. Valorizar o património madeirense

De 25 de agosto a 15 de setembro, a época das vindimas é celebrada com diversas atividades espalhadas pela ilha que homenageiam o internacionalmente reconhecido vinho da Madeira. Participe de provas gastronómicas e vínicas no Madeira Wine Lounge (a partir de 29/8), no Funchal, onde também decorre a Semana Europeia de Folclore (25 a 28/8), confira as Festas das Vindimas do Estreito, em Câmara de Lobos (9/9) e não perca os Concertos das Vinhas ao Lagar (7 a 15/9), no Estreito da Calheta.

Grandes Eventos

22. Surfar com as lendas

Entusiastas do surf, regozijem-se: Portugal volta ser palco de uma das etapas, a terceira de oito, da Liga Mundial de Surf, recebendo a classe mais elevada de desportistas da modalidade durante dez dias. Depois de duas etapas no Havai, a LMS segue para a praia de Supertubos, em Peniche, onde permanece de 6 a 16 de março antes de seguir para a Austrália - uma excelente oportunidade de testemunhar em tempo real os melhores surfistas do mundo.

23. Ir à maior Feira do Livro de sempre

Tudo indica que, em 2023, menos pessoas passaram pela Feira do Livro de Lisboa, o que não é de lamentar: ainda assim, mais livros foram vendidos do que no ano anterior, o que terá estado na origem da decisão de aumentar o número de pavilhões em 20 ou 30 para a 48ª edição, que já tem datas marcadas: de 29 de maio a 16 de junho. No Porto, ainda sem datas confirmadas para a próxima feira, os Jardins do Palácio de Cristal voltarão a ser sede.

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24. Ver a Volta a Espanha em Portugal

João Almeida, o melhor voltista português desde Joaquim Agostinho, até não teria a prova em mente - 2024 é o ano em que se estreará no todo-poderoso Tour de France -, mas tudo mudou. Afinal, não é todos os dias que uma Vuelta parte de Portugal (só tinha acontecido uma vez, em 1997). Será assim este ano, nas primeiras três etapas: a 17 de agosto um contra-relógio entre Lisboa e Oeiras, e a 18 e 19, respetivamente, percursos entre Cascais e Ourém e Lousã e Castelo Branco. Na estrada, deverão estar, além de Almeida, grandes corredores como Jonas Vingegaard, Sepp Kuss, Enric Mas, Egan Bernal e Adam Yates - Primož Roglic também é hipótese.

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