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Netflix recupera assinaturas, planeia subir preços e revela audiências

Com resultados positivos no último trimestre de 2023 decorrentes do combate à partilha de contas, empresa regressa à "abordagem padrão": o aumento de preços.

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Edição de 5 a 11 de agosto
Netflix recupera assinaturas, planeia subir preços e revela audiências
Pedro Henrique Miranda 24 de janeiro de 2024 às 16:57

A Netflix registou um aumento substancial de assinaturas no último trimestre do ano passado, o resultado de uma campanha de combate àpartilha de palavras-passe entre domicílios.

Numa carta aos investidores publicada na terça-feira, a empresa anunciou que recebeu mais 13,1 milhões de subscrições a nível mundial entre outubro e dezembro de 2023, ascendendo a um total de 260,28 milhões de assinaturas. O gigante dostreamingrevelou ainda que terminou o ano com um lucro de €8,1 milhões.

Os bons números do trimestre, o maior desde o início da pandemia, em 2020, representam o culminar de um ano de crescimento para a empresa, e a recuperação de um ano de 2022 em que registou, pela primeira vez, uma diminuição de assinaturas (e receitas) que a obrigou a repensar o seu modelo de negócio.

Além da caça à partilha de contas, a Netflix recorreu a uma estratégia a que tinha resistido até ali: a inclusão de publicidade na sua plataforma, aliada a planos mais baratos, que representaram uma fatia considerável das novas subscrições. Nos países em que o modelo foi implementado, incluindo os Estados Unidos e o Reino Unido (mas não Portugal), estes planos representaram 40% das novas adesões, ascendendo a cerca 23 milhões em todo o mundo.

Para a empresa, o sucesso da decisão significará o regresso ao modo habitual de conduzir negócio - o aumento dos preços das subscrições. "Congelámos a subida de preços à medida que fomos implementando a partilha paga. Agora que isso está terminado, podemos voltar à nossa abordagem padrão", disse o co-CEO Greg Peters a um painel de analistas, em reação aos números.

As mudanças deverão também chegar a Portugal, que escapou às alterações dos últimos anos e tem neste momento três modelos de assinatura: Base, com um dispositivo e reprodução em HD (€7,99), Standard, com dois dispositivos e Full HD (€11,99), e Premium, com 4 dispositivos e Ultra HD (€15,99) - os dois últimos com a possibilidade de acrescentar membros adicionais por €3,99 cada. A modalidade Base, já avisou a empresa, vai gradualmente desaparecer em todo o mundo, sendo substituída pelo plano com publicidade.

Os números e as promessas para o novo ano

Foram ainda anunciados os campeões de audiências de 2023: no Cinema, Deixar o Mundo Para Trás, com Ethan Hawke e Julia Roberts, somou 134 milhões de visualizações, seguido por Leo, com Adam Sandler, com 108 milhões, e O Assassino, de David Fincher, com 70 milhões. Na televisão, a série documental Beckham chegou a 44 milhões, Toda a Luz Que Não Podemos Ver a 35 milhões, e a última temporada do sucesso internacional The Crown a 30 milhões - todos números com base nos três meses seguintes ao lançamento.

Para 2024, a empresa promete novas temporadas de êxitos comoSquid Game,Bridgerton,A DiplomataeDrive to Survive, bem como novas séries como3 Body Problem(criada por David Benioff e D. B. Weiss, deA Guerra dos Tronos),The Gentleman, de Guy Ritchie, eEric, com Benedict Cumberbatch, além de novos filmes protagonizados por Eddie Murphy, Cameron Diaz e Kerry Washington.

A estratégia da Netflix para captar novas audiências vai passar também pelatransmissão ao vivo de eventos desportivos, uma tendência cada vez mais adotada por competidores, com a Amazon: a plataforma assinou um contrato de dez anos com o gigante do wrestling WWE, e prepara-se para transmitir, em março, a sua primeira partida de ténis, entre Rafael Nadal e Carlos Alcaraz.

A plataforma começa o ano com boas perspetivas nos Óscares - é o estúdio com mais nomeações, 18 no total, à frente da Apple, Searchlight e Universal, todas com 13. A cobiçada estatueta de Melhor Filme, que escapou a sucessos comoRoma, de Alfonso Cuarón,O Irlandês, de Martin Scorsese eO Poder do Cão, de Jane Campion, pode ser alcançada porMaestro, drama biográfico de Bradley Cooper sobre a vida de Leonard Bernstein, que arrecadou sete nomeações.

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