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Suécia vê inflação subir e a culpa é de Beyoncé

Procura por hotéis e restaurantes no arranque da digressão da cantora levou a uma inflação de 9,7% em maio, um valor acima do esperado.

A Suécia foi o país escolhido por Beyoncé para dar início à sua digressão mundial. Mas o que poderia ser visto como a sorte grande para o país acabou por se tornar um problema económico. É que a inflação acabou por ficar em maio nos 9,7%, acima do esperado e a culpa é do aumento dos preços dos hotéis e restaurantes.

Instagram Beyoncé

O economista Michael Grahn, do Danske Bank, foi o primeiro a notar este efeito e explica à BBC que a cantora norte-americana não é a culpada pelos grandes números da inflação que se registam na Suécia - esses estarão como no resto da Europa mais dependentes da guerra na Ucrânia e nas falhas das cadeias de abastecimento no pós-pandemia -, mas reconhece que "aparentemente ela ajudou um bocadinho". Tudo por causa da "procura mundial para a ver atuar".

O economista apenas compara este impacto a de torneios desportivos e admite que é muito raro estar associado a uma única estrela. A Suécia tem registado inflação elevada e apesar de maio (com 9,7%) ter ficado abaixo dos 10,5% de abril, ficou acima dos 9,4% que era estimado pelos mercados. Assim, Michael Grahn estimou, no Twitter, que Beyoncé tenha tido um impacto de 0,2 ou 0,3 pontos percentuais. Espera ainda que em junho a situação volte ao normal.

É que esta é a primeira digressão a solo em sete anos, por isso, os fãs estavam sedentos de ver Queen B, como também é conhecida, em palco. Tanto que as estimativas apontam para que a tour, que termina em setembro, possa render 2,3 mil milhões de euros.

Assim que os concertos foram anunciados as cidades que os acolheram registaram um aumento de procura por alojamento, anunciou a Airbnb, plataforma de arrendamento de casas. Em Londres famílias sem-abrigo alojadas pela autarquia tiveram de sair dos hotéis para dar lugar aos turistas que vinham ver a artista.

Na Suécia, Beyoncé fez dois concertos para 46 mil pessoas, em cada noite. E na plateia estariam muitos estrangeiros, especialmente americanos que viram na comparação entre o dólar e a coroa sueca uma boa oportunidade para assistiram a um espetáculo da intérprete deHalo.

O turismo de Estocolmo já tinha admitido aoWashington Postter registado um pico na procura pela cidade, no que chamou de "efeito Beyoncé".

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