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Ricciardi: "Não conhecia a ES Enterprises. Só tive conhecimento pelos jornais"

O antigo presidente do Banco Espírito Santo de Investimento disse desconhecer a sociedade offshore e recusou ligações à Espírito Santo International VBI, da qual veio a receber dois pagamentos em 2013 e 2014.

O antigo presidente do Banco Espírito Santo de Investimento (BESI) José Maria Ricciardi reiterou hoje desconhecer a sociedade ‘offshore’ ES Enterprises e sublinhou só ter sabido da sua existência pelos jornais com o colapso do Grupo Espírito Santo (GES).

José Maria Ricciardi
José Maria Ricciardi Paulo Calado

"Não conhecia a ES Enterprises. Vim a tomar conhecimento dessa empresa pelos jornais, creio que já depois de 2014", afirmou o primo de Ricardo Salgado na terceira sessão do julgamento do processo separado da Operação Marquês, no Tribunal Criminal de Lisboa, no qual o ex-presidente do GES responde por três crimes de abuso de confiança, devido a transferências de mais de 10 milhões de euros nesse âmbito.

Na qualidade de testemunha da acusação, o primo de Ricardo Salgado vincou o seu desconhecimento em relação aos pagamentos efetuados por esta sociedade, nomeadamente suplementos remuneratórios. Paralelamente, refutou também qualquer ligação à Espírito Santo International VBI (Ilhas Virgens Britânicas na sigla em inglês), da qual veio a receber dois pagamentos em 2013 e 2014.

"O meu pai, que tinha direito a um prémio de 200 e tal mil euros anual por ser membro do Conselho Superior do GES, veio comunicar que me queria dar metade desse prémio, porque eu nunca tive qualquer remuneração. Portanto, eu recebi cento e tal mil euros. Não me apercebi, pensei que viesse pela conta do meu pai e fui declará-lo às finanças. Nem me apercebi que tinha vindo da ESI VBI. Fiz a minha obrigação: declarar às finanças e pagar o imposto", frisou.

Sem deixar de enfatizar que não está "de relações cortadas" com Ricardo Salgado, José Maria Ricciardi assumiu que já não fala "desde 2015 ou 2016" com o antigo presidente do GES.

"Nunca mais me cruzei com Ricardo Salgado em lado nenhum. Não tive essa oportunidade. Se ele falar, eu falarei", contou o ex-banqueiro, continuando: "Não é uma questão de problema de relação. As nossas vidas seguiram caminhos diferentes e não nos encontrámos fisicamente. Mas não estou de relações cortadas, não sei se ele estará. Estou a falar pela minha parte".

Em resposta à inquirição dos advogados de defesa, o ex-presidente do BESI defendeu também que o poder era completamente centralizado pelo antigo líder do GES e deu como exemplo as reuniões do Conselho Superior, nas quais os elementos agiam como "espetadores" em relação a Ricardo Salgado.

"Esse conselho era presidido pelo meu pai, mas a reunião não começava sem a chegada de Ricardo Salgado, sendo que ele era vogal. Era uma situação em que Ricardo Salgado descrevia o que acontecia e o que se ia fazer e as outras pessoas estavam como espetadores a assistir a isto. E está nas atas que eu perguntei se era para ouvir o que o Ricardo Salgado ia fazer ou se era uma reunião em que se punha a discussão e votação", resumiu.

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