A OCDE prevê que a economia portuguesa avance 1,2% em 2016, em linha com o previsto pelo Governo, mas é mais pessimista do que o executivo liderado por António Costa para os dois próximos anos
A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) está mais pessimista do que o Governo, estimando que a economia portuguesa cresça 1,2% em 2017, devido à falta de investimento, causada pela fragilidade da banca e pelo endividamento empresarial. "Projectamos que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) permaneça subjugado, num [crescimento] de cerca de 1,25% em 2017 e 2018. O alto endividamento das empresas e a fragilidade do sector bancário vão continuar a limitar o investimento privado e o desemprego, ainda elevado, vai limitar o crescimento do consumo", afirmou a OCDE, nas previsões económicas divulgadas esta segunda-feira.
A OCDE prevê que a economia portuguesa avance 1,2% em 2016, em linha com o previsto pelo Governo, mas é mais pessimista do que o executivo liderado por António Costa para os dois próximos anos, prevendo que o ritmo de crescimento se mantenha em 1,2% em 2017 e que acelere ligeiramente para 1,3% em 2018, contra 1,5% e 1,9%, respectivamente.
No relatório divulgado esta segunda-feira, que foi preparado pelo departamento de Estudos Económicos liderado pelo ex-ministro Álvaro Santos Pereira, a OCDE mostra-se preocupada com a banca portuguesa, sobretudo quanto ao "pesado stock" de crédito malparado que, considera, está a impedir o financiamento às empresas. Nesse sentido, a instituição sediada em Paris defende que "é necessário retirar os empréstimos problemáticos dos balanços dos bancos e criar novas formas de financiamento para facilitar o investimento".
A OCDE considera que o uso de fontes alternativas de financiamento poderiam ser melhoradas através da redução dos benefícios fiscais atribuídos às empresas por se financiarem junto da banca, considera a OCDE, admitindo que pode ser necessário mais "apoio público" ao sector.
Salientando que o investimento, quer privado, quer público, está em níveis "historicamente fracos", a entidade liderada por Angel Gurría considera que o alto endividamento das empresas e a "elevada incerteza estão a limitar o investimento empresarial, que é crucial para sustentar o crescimento das exportações".
A OCDE defende, por isso, que impulsionar o investimento e a produtividade são "elementos chave para aumentar os níveis de vida e de crescimento" económico.
Nesse sentido, a instituição defende que os "incentivos ao investimento devem ser reforçados através de reformas que simplifiquem os procedimentos administrativos, incluindo a regulamentação do uso dos solos, melhorias na eficiência judicial para facilitar os procedimentos de insolvência e facilitar a entrada em certas categorias profissionais".
A entidade liderada por Ángel Gurría defende também que é "crucial aumentar as qualificações para aumentar a produtividade" do país, incluindo a expansão contínua da educação e treino para adultos e um sistema de educação vocacional mais eficiente. Além disso, a taxa de desemprego caiu mas o desemprego estrutural permanece "criticamente elevado".
Nas previsões desta segunda-feira, a OCDE estima uma taxa de desemprego de 11% este ano, de 10,1% em 2017 e em 2018. Prevê ainda uma taxa de inflação de 0,7% este ano e de 1,1% em 2017 e 2018.
OCDE: Banca e endividamento vão limitar o crescimento
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
A escola é um espaço seguro, natural e cientificamente fundamentado para um diálogo sobre a sexualidade, a par de outros temas. E isto é especialmente essencial para milhares de jovens, para quem a escola é o sítio onde encontram a única oportunidade para abordarem múltiplos temas de forma construtiva.
O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.
O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.