As medidas para habitação estarão em consulta pública até 10 de março. O Governo deu mais detalhes sobre as propostas apresentadas a semana passada.
O Governo divulgou o documento com as medidas para a habitação. O projeto vai estar consulta pública até 10 de março e podem ser enviadas sugestões. Governo quer levar diplomas subjacentes a Conselho de Ministros a 16 de março. A 3 de março, o programa será discutido com o Conselho Nacional de Habitação.
No documento de 29 páginas divulgado esta terça-feira, o Governo dá detalhes sobre as medidas que propõe.
O primeiro bloco diz respeito ao aumento de oferta de imóveis para a habitação. Estas são as propostas do Governo:
- Facilitar a transformação de imóveis destinados ao comércio em prédios de uso habitacional;
- Disponibilizar solos ou edifícios públicos para construção, reconversão ou reabilitação do Estado a cooperativas ou promotores privados em regime de Contrato de Desenvolvimento para Habitação (CDH) para criar arrendamento acessível;
- Simplificar o licenciamento, aprovando projetos com base nos termos de responsabilidade dos autores dos projetos;
- Juros de mora por incumprimento dos prazos de licenciamento a serem pagos quando houver deslize de prazos "dos atos devidos";
- O Governo pretende ainda reforçar o número de focos no mercado de arrendamento, arrendado imóveis a privados "nomeadamente devolutos, subarrendando com uma taxa de esforço máxima de 35% do agregado familiar";
- Criar um balcão de arrendamento com vista à simplificação dos procedimentos e à criação de um sistema integrado de acesso à informação;
- Garantir o "reforço da segurança do senhorio, na medida em que o risco pelo incumprimento do contrato por parte do arrendatário é reduzido", assumindo o Estado o dever de apoiar e garantir uma resposta habitacional para quem não consegue pagar;
- O Estado propõe-se a criar um regime de isenção de tributação, em sede de IRS, sobre as mais-valias resultantes de venda de imóveis ao Estado;
- Financiar os municípios para realizarem obras coercivas através de uma linha de financiamento num valor de 150 milhões de euros;
- Incentivar a transferência de casas em alojamento local para habitação, através de um novo regime fiscal, mas também da suspensão de novas licenças, entre outras medidas;
- Arrendamento obrigatório de casas devolutas "por razões de interesse público e (...) com o respetivo pagamento de renda ao senhorio", ficando de fora situações como casa de férias, casa de emigrantes, casas cujos proprietários estão num lar. Explicita o Governo: "Caso o proprietário não queira arrendar ao Estado, será dado um prazo formal para dar uso ao imóvel. Só findo este prazo é que o Estado pode arrendar o imóvel de forma obrigatória, considerando o interesse público que concretamente seja determinado";
- Incentivo ao arrendamento acessível, através de incentivos fiscais;
- Financiamento bonificado para privados no valor de 250 milhões para apoio a "criação de novas respostas de arrendamento acessível";
Para terminar com a especulação, o Governo propõe:
- Acabar com o regime dos Vistos Gold; - Garantir a "renda justa em novos contratos", estabilizando as rendas em função das rendas "livremente definidas pelos senhorios nos contratos anteriormente celebrados (nos últimos cinco anos)";
Já para "proteger as famílias" é proposto:
- A isenção "de IRS sobre as mais-valias resultantes da venda de outros imóveis do sujeito passivo ou do seu agregado familiar, caso o valor de realização seja utilizado para amortização de crédito à habitação própria e permanente do próprio ou descendentes"; - A obrigatoriedade dos bancos disponibilizarem uma alternativa de crédito à habitação a taxa fixa; - Apoio na subida da taxa de juro de crédito à habitação; - Apoio extraordinário ao pagamento das rendas; - Proteção de inquilinos com arrendamentos antigos, sendo que os sennhoriso tem isenção de IRS, IMI e direito a uma compensação "pelo não aumento de rendas".
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