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CGD: BCE aceita operações de aumento de capital

09 de dezembro de 2016 às 18:30
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Governo pretende reforçar a equipa de membros não executivos. Banco de Portugal quer acelerar o processo

A Caixa Geral de Depósitos informou hoje que vai prosseguir com as operações da primeira fase do aumento de capital, depois de ter obtido autorização para isso junto do Banco Central Europeu (BCE) e do Banco de Portugal.

"A Caixa Geral de Depósitos, S.A. informa ter sido autorizada pelo Banco Central Europeu e pelo Banco de Portugal a prosseguir com as operações societárias que integram a primeira fase do processo de recapitalização", lê-se no comunicado hoje enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A CGD está numa fase de mudança de gestão, tendo sido colocadas dúvidas sobre a continuidade do aumento de capital já acordado com as instituições europeias e que ascenderá a cerca de 5 mil milhões de euros.

A 27 de Novembro, após cinco semanas de polémica, sobretudo em torno da recusa da entrega das declarações de rendimento e património no Tribunal Constitucional, António Domingues apresentou a sua renúncia da presidência da CGD, mas ficando no cargo até final do ano.

Poucos dias depois, o Governo anunciou que será Paulo Macedo, antigo ministro da Saúde do governo PSD/CDS de Pedro Passos Coelho, que sucederá a António Domingues na liderança da Caixa.

A informação enviada ao mercado confirma ainda que a injecção de dinheiro pelo Estado no banco até 2.700 milhões de euros e que a emissão de dívida junto de investidores privados, no valor de 500 milhões de euros, ocorrerá já após o "encerramento das contas da Caixa Geral de Depósitos relativas a 31 de Dezembro de 2016", ou seja, esta fase do aumento de capital apenas acontecerá em 2017.

Governo tentará aumentar administração da CGD

A nova equipa da Caixa Geral de Depósitos vai ser substituída por etapas. A notícia avançada peloJornal de Negócios esclarece que o Governo quer substituir não só os membros que saíram da administração com António Domingues, mas também reforçar a equipa de gestores não-executivos do banco.

Com Domingues, deixaram a CGD três gestores executivos e três não-executivos.

O Governo liderado por António Costa decidiu eleger Paulo Macedo como administrador da CGD e pretende agora começar por nomear os gestores executivos. Segundo apurou o jornal, a estratégia ainda não é conhecida, mas espera-se que os nomes sejam apenas divulgados após a confirmação que não haverá problemas com o Banco Central Europeu (BCE), ao contrário do que aconteceu com a equipa de Domingues: oito administradores não-executivos foram chumbados.

A etapa seguinte das novas escolhas para a Caixa, quanto aos membros não-executivos, é reforçar os onze membros que se mantiveram apesar da saída de Domingues. A estratégia inicial do Governo para a CGD pretendia que a equipa ficasse completa com 19 elementos, sendo que sete seriam executivos e 12 não executivos.

ONegócios revela que esta será uma tarefa difícil, tendo em conta que o BCE sempre mostrou restrições em relação a uma equipa tão grande, sugerindo 15 gestores para o banco. No entanto, o Governo ainda tem margem para aumentar a equipa.

Última palavra do lado de Frankfurt

A decisão final cabe ao BCE, mas é o Banco de Portugal que vai fazer uma primeira avaliação dos novos membros e, ao que o Negóciosapurou, a instituição liderada por Carlos Costa pretende acelerar o processo de aprovação dos nomes.

Ainda assim, tudo dependerá da data em que a lista for entregue e do tempo que o supervisor europeu demorar a fechar as negociações da nova equipa. 

Nesta fase, o Governo aproveitou ainda para satisfazer uma vontade do BCE: separar os cargos de CEO e dechairman. 

As 10 lições de Zaluzhny (I)

O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.