Mesmo com a crise política e a nuvem negra económica, os valores dos imóveis disparam. Em dias de Salão Imobiliário (SIL), a responsável do Imovirtual (Sylvia Bozzo) explica à SÁBADO as tendências do mercado em números.
O fosso entre a oferta e a procura de casas não para de aumentar, mesmo com a crise política e a iminente recessão económicapelas tarifas dos Estados Unidos. A busca imparável para compra de casa própria reflete-se nos campos de pesquisa de preços, disponíveis em portais imobiliários. Um deles, o Imovirtual, acaba de publicar um relatório em que a diferença entre os valores procurados e os anunciados é abissal: 90% no distrito de Lisboa. Ou seja, as pessoas procuram, em média, habitações (apartamentos ou moradias) na ordem dos 302.931 euros, mas o que encontram no mercado com as caraterísticas que pretendem ronda os 575 mil euros.
Alexandre Azevedo/SÁBADO
Lisboa é, de longe, o distrito "mais inflacionado do País" e corresponde a 60% das pesquisas no Imovirtual, diz à SÁBADO Sylvia Bozzo, responsável de marketing da marca (também presente na edição de 2025 do Salão Imobiliário de Portugal, a decorrer na Feira Internacional de Lisboa até domingo, 12 de abril).
A análise decorreu entre janeiro e março de 2025, tendo por base os filtros de pesquisa do Imovirtual – nomeadamente, o intervalo de valores mínimos e máximos, assim como a localização, que são os campos mais preenchidos pelos utilizadores. "Não sabemos qual será o efeito da crise política, mas continua a haver muita procura. A nova construção é cara e os ordenados não acompanham o preço das casas", acrescenta a responsável.
No top 5 dos distritos mais procurados, depois de Lisboa seguem-se: Faro (62% de desfasamento entre os preços da procura e os anunciados, devido à demanda de estrangeiros); Setúbal (58%, pela proximidade a Lisboa); Porto (53%, por ser a capital do Norte); e Aveiro (49%, em crescimento pelo turismo e indústria).
Desfasamento de preços no arrendamento
No mercado de arrendamento também há uma discrepância acentuada entre o que é pedido pelos anunciantes (agências imobiliárias) e o procurado pelos potenciais inquilinos. Lisboa volta a ocupar o primeiro lugar do ranking, com uma diferença de 67%: a média das rendas anunciadas é de €1.733, quando a procura é de €1.040. A nível nacional, esta diferença desce – mas ainda assim é de 49%. Isto é, para uma procura na ordem dos 849 euros de renda, a oferta disponível é de 1.267 euros.
Neste portal, com mais de 300 mil imóveis anunciados, são as mulheres que prevalecem na tomada de decisões (52% dos utilizadores são do sexo feminino). Entre as faixas etárias que dominam a procura, prevalecem as dos 25 aos 34 anos (32%) e dos 34 aos 44 anos (25%).
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