Até ao final de novembro, a BYD já tinha vendido 2.066.002 veículos totalmente elétricos, tornando-se a primeira marca a ultrapassar esse marco.
A rápida expansão global da BYD e as dificuldades regulatórias da Tesla nos Estados Unidos e noutros mercados devem permitir à fabricante chinesa liderar, pela primeira vez, as vendas mundiais de veículos totalmente elétricos em 2025, preveem analistas.
BYD poderá ultrapassar Tesla em vendas de elétricos em 2025AP Photo/Martin Meissner
Ambos os grupos deverão divulgar em breve os relatórios anuais, mas, com base nos dados mais recentes, a vantagem acumulada pela BYD é tal que parece quase impossível que a Tesla tenha conseguido recuperar terreno.
Até ao final de novembro, a BYD já tinha vendido 2.066.002 veículos totalmente elétricos, tornando-se a primeira marca a ultrapassar esse marco. A Tesla registava 1.217.902 unidades até ao final de setembro.
A fabricante norte-americana beneficiou, no terceiro trimestre, de uma corrida às compras provocada pelo fim de incentivos fiscais nos EUA, o que levou muitos consumidores a antecipar a aquisição dos seus veículos. As entregas globais da Tesla subiram 7% em termos homólogos, para 497.099 veículos.
Analistas previram uma rápida retração no trimestre seguinte.
O consenso dos analistas da empresa de serviços financeiros FactSet aponta para 449 mil unidades no quarto trimestre (-9,48% face ao ano anterior) e um total de 1,65 milhões de veículos para 2025 (-7,66%). Trata-se de uma projeção anual bem abaixo do nível já atingido pela BYD até 30 de novembro.
O banco alemão Deutsche Bank estima que a Tesla entregará 405 mil veículos no quarto trimestre, enquanto analistas do banco suíço UBS apontam para 415 mil -- ambas previsões revistas em baixa recentemente.
O Deutsche Bank destacou vendas abaixo das expectativas na América do Norte (-33%), Europa (-34%) e, em menor escala, na China (-10%).
O banco TD Cowen apresenta uma estimativa mais otimista (429 mil unidades), mas sublinha que o trimestre foi "um pouco delicado", devido ao fim dos incentivos fiscais, o que dificultou as projeções, segundo o analista Itay Michaeli.
"As entregas da Tesla vão mostrar sinais de fraqueza no quarto trimestre", apontou o diretor da corretora Wedbush Securities, Dan Ives. "Um total de 420 mil veículos já seria suficiente para mostrar alguma estabilidade da procura, numa altura em que o mercado está focado no lançamento da condução autónoma em 2026", acrescentou.
As vendas da Tesla foram afetadas por uma transição elétrica mais lenta do que o esperado, pelo aumento da concorrência e pelas decisões do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, desde o regresso ao poder em janeiro.
A proximidade entre o diretor-executivo da Tesla, Elon Musk, e Trump, tanto durante a campanha como após a tomada de posse, também afetou a imagem da marca, levando a apelos ao boicote. As vendas caíram acentuadamente, sobretudo na Europa.
A principal concorrente chinesa manteve uma trajetória de crescimento muito rápida, apesar de uma quebra na rentabilidade no mercado interno devido à cautela dos consumidores.
A BYD acelerou, entretanto, a presença internacional.
"É uma das pioneiras na instalação de capacidade de produção e fornecimento de veículos elétricos fora da China", afirmou a diretora para a Ásia-Pacífico da agência de rating Fitch, Jing Yang.
A diversificação geográfica deverá ajudar a marca a enfrentar um ambiente cada vez mais complexo em termos de tarifas, apontou.
Trump impôs tarifas sobre importações de todo o mundo, com taxas ainda mais elevadas para produtos chineses, que podem atingir até 150% no caso de veículos elétricos.
Concorrentes de fabricantes chineses denunciam frequentemente o elevado nível de subsídios estatais concedidos por Pequim, o que permite reduzir os preços e conquistar rapidamente quotas de mercado.
Para Itay Michaeli, 2026 será "o ano da condução autónoma" e o futuro da Tesla dependerá da capacidade de realizar essa viragem tecnológica com êxito.
O TD Cowen prevê que a Tesla possa vender até 1,98 milhões de veículos em 2026, mas o consenso aponta para 1,86 milhões.
"Se conseguirem implementar com sucesso a condução autónoma, isso vai impulsionar a procura pelos seus veículos", comentou Michaeli, que também prevê o lançamento de novos produtos, como o camião Semi e uma possível versão SUV (utilitário desportivo) do Cybertruck.
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