O aumento das taxas de juro do Banco Central Europeu (BCE) é o primeiro em 11 anos. A par da decisão, a autoridade monetária vai avançar com uma nova ferramenta anticrise.
O Banco Central Europeu (BCE) subiu as taxas de juro na Zona Euro pela primeira vez em 11 anos. A autoridade monetária liderada por Christine Lagarde anunciou, esta quinta-feira após o Conselho de Governadores, um aumento de 50 pontos base nas três taxas - acima da expetativa do mercado - com efeitos a partir de 27 de julho.
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A taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento sobe para 0,5% (contra o anterior nível de 0%), enquanto a taxa de juro aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez avança para 0,75% (de 0,25%) e a taxa de depósitos para 0% (face aos anteriores -0,50%). Todas elas estavam em mínimos históricos.
O objetivo é travar a escalada da inflação na Zona Euro, que atingiu em junho os 8,6%, no valor mais elevado desde a introdução da moeda única. A taxa ultrapassou em larga medida a meta do BCE de uma inflação próxima de 2%, influenciada pelo impacto da guerra e da crise energética.
A autoridade monetária justifica o facto de ter aumentado a subida das taxas de juro em maior dimensão do que o apontado na última reunião (25 pontos base), devido à atualização do cenário económico da Zona Euro e à introdução de uma nova ferramenta "anti-fragmentação", que foi também aprovada esta quinta-feira.
"O Conselho do BCE considerou apropriado dar um primeiro passo maior, na sua trajetória de normalização das taxas de juro diretoras, do que o sinalizado na reunião anterior. Esta decisão assenta na avaliação atualizada do Conselho do BCE relativamente aos riscos de inflação e no apoio reforçado proporcionado [pela nova ferramenta ‘anti-crise’] para a transmissão eficaz da política monetária", escreve a autoridade monetária.
O BCE garante que "apoiará o regresso da inflação ao objetivo de médio prazo do Conselho do BCE, ao ancorar mais firmemente as expectativas de inflação e ao garantir o ajustamento das condições da procura para a consecução do objetivo de inflação a médio prazo".
Após esta subida, o banco central já sinalizou que o irá fazer novamente em setembro. O mercado estava, assim, já a incorporar esta decisão, verificando-se um agravamento das "yields" das dívidas soberanas e fazendo soar os alarmes de risco. Para travar a possibilidade de crise, a autoridade monetária vai avançar com uma nova ferramenta anti fragmentação.
A autoridade monetária manteve a porta aberta para mais subida das taxas de juro diretoras, conforme já tinha feito na última reunião. "Nas próximas reuniões do Conselho do BCE, será apropriada uma nova normalização das taxas de juro. A antecipação, hoje decidida, da saída de taxas de juro negativas permite ao Conselho do BCE efetuar a transição para uma abordagem reunião a reunião nas decisões sobre as taxas de juro", explica.
Com o início desta nova fase para a política monetária europeia, o Conselho de Governadores "analisará as opções de remuneração das reservas excedentárias". Da mesma forma, "continuará a acompanhar as condições de financiamento bancário e a assegurar que o vencimento dos fundos cedidos no âmbito da terceira série de operações de refinanciamento de prazo alargado direcionadas (ORPA direcionadas III) não dificulta a transmissão regular da política monetária."
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