A decisão já era esperada pelo mercado e tem sido defendida por vários governadores de bancos centrais nacionais, incluindo o português Mário Centeno.
A taxa de juro de referência na Zona Euro vai voltar a cair, pela terceira vez este ano. Tal como esperado pelo mercado face à evolução da inflação -que ficou em setembro abaixo da meta de 2% pela primeira vez em três anos-, o Banco Central Europeu (BCE) decidiu avançar com um corte de 25 pontos-base, que coloca a taxa nos 3,25%.
O juro de referência do BCE estava há nove meses parado no máximo histórico de 4% quando, em junho, chegou o primeiro corte. Uma pausa e nova descida em setembro. Na altura, o mercado antecipava uma repetição da estratégia de esperar para ver e a presidente Christine Lagarde alimentou a ideia de que nenhuma decisão estava tomada para outubro. Cinco semanas depois, os governadores confirmaram a decisão que vinham sinalizando de voltar a cortar.
"O conselho do BCE decidiu hoje reduzir as três taxas de juro diretoras do BCE em 25 pontos base. Em particular, a decisão de reduzir a taxa de juro aplicável à facilidade permanente de depósito – a taxa através da qual o conselho do BCE define a orientação da política monetária – baseia-se na avaliação atualizada do conselho do BCE das perspetivas de inflação, da dinâmica da inflação subjacente e da força da transmissão da política monetária", refere em comunicado a autoridade monetária, sublinhando que a informação que tem vindo a ser disponibilizada sobre a inflação indica que "o processo desinflacionista está bem encaminhado".
O grupo liderado por Lagarde admite que a inflação suba nos próximos meses, descendo depois para o objetivo no decurso do próximo ano. "A inflação interna mantém-se alta, porque os salários ainda estão a aumentar a um ritmo elevado. Ao mesmo tempo, as pressões sobre os custos do trabalho deverão continuar a registar um abrandamento gradual, com os lucros a amortecer parcialmente o impacto dessas pressões na inflação", justifica.
Face a este cenário, as taxas de juro aplicáveis à facilidade permanente de depósito, às operações principais de refinanciamento e à facilidade permanente de cedência de liquidez serão reduzidas, a partir de 23 de outubro de 2024, para, respetivamente, 3,25%, 3,4% e 3,65%.
Já no que diz respeito à compra de ativos, o programa regular vai continuar a diminuir a um ritmo "comedido e previsível", dado que o BCE deixou de reinvestir os pagamentos de capital dos títulos que atingem as maturidades. Do programa de compra de ativos devido a emergência pandémica, a redução da carteira está a ser, em média, de 7,5 mil milhões de euros por mês e o conselho mantém a intenção de descontinuar os reinvestimentos no final de 2024.
"O conselho do BCE está preparado para ajustar todos os instrumentos ao seu dispor, no âmbito do seu mandato, com vista a assegurar que a inflação regressa ao seu objetivo de 2% no médio prazo e a preservar o bom funcionamento da transmissão da política monetária. Além disso, o Instrumento de Proteção da Transmissão está disponível para contrariar dinâmicas de mercado desordenadas, injustificadas e passíveis de representar uma ameaça grave para a transmissão da política monetária em todos os países da área do euro, permitindo, assim, ao conselho do BCE cumprir mais eficazmente o seu mandato de estabilidade de preços", acrescenta.
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