Descartando fazer futurologia em caso de derrota, Rui Costa desvalorizou os apoios de outros candidatos da volta inaugural, enquanto Noronha Lopes agradeceu o apoio público de Manteigas, tendo sido acusado pelo ex-futebolista de passar a estar próximo de Luís Filipe Vieira.
No frente a frente que opôs os candidatos à presidência do Benfica, Rui Costa desejou ter uma votação superior na segunda volta das eleições do Benfica, enquanto João Noronha Lopes admitiu partir atrás do atual presidente 'encarnado', após ter ficado em segundo lugar no primeiro escrutínio do clube.
Rui Costa e Noronha Lopes em debate antes da 2.ª volta das eleições no BenficaCMTV
"A minha convicção é de que [a primeira volta] tenha sido um voto de confiança à minha pessoa e liderança. Isso faz-me acreditar que na segunda volta pode ser ainda melhor. Estou muito orgulhoso do que já foi feito, mas vamos todos partir do zero e é necessário que continuem a acreditar em mim e que se vá buscar votos que estavam divididos por outros candidatos", reconheceu o líder máximo dos vice-campeões nacionais de futebol.
Rui Costa (lista G), que está à frente do Benfica desde 2021, e João Noronha Lopes (F) participaram num debate conduzido durante 70 minutos pelas estações televisivas CMTV, CNN Portugal, RTP Notícias e SIC Notícias, no Estádio da Luz, em Lisboa, numa altura em que faltam nove dias para disputarem a presidência do clube para o quadriénio 2025-2029, depois de terem sido os dois candidatos mais votados no ato eleitoral de sábado.
"Tínhamos seis candidatos para a primeira volta e vai haver uma eleição completamente diferente na segunda. Temos todas as condições para reunir os votos dos que não se reveem no mandato desta direção. Sei que parto com atraso em relação ao Rui Costa e vou ter de pedalar um bocadinho mais, mas tenho uma grande convicção de que posso ganhar", frisou o gestor, que foi vice-presidente na direção de Manuel Vilarinho em 2001.
Rui Costa recolheu 42,13% das preferências, contra 30,26% de João Noronha, sem que ninguém tenha garantido a maioria dos votos necessária para evitar uma segunda volta.
Seguiram-se Luís Filipe Vieira (13,86%), presidente do Benfica entre 2003 e 2021, João Diogo Manteigas (11,48%), Martim Mayer (2,10%) e Cristóvão Carvalho (0,18%), nas eleições mais participadas da história das 'águias', com um recorde mundial de 86.297 votantes, dos quais, com a exceção de nulos e brancos, 85.710 expressaram o seu voto.
Descartando fazer futurologia em caso de derrota, Rui Costa desvalorizou os apoios de outros candidatos enfrentados na volta inaugural, apesar de já ter sido contactado por Cristóvão Carvalho, enquanto Noronha Lopes agradeceu o apoio público de Manteigas, tendo sido acusado pelo ex-futebolista de passar a estar próximo de Luís Filipe Vieira.
O debate teve alguns momentos de tensão e abordou, entre outros temas discutidos nas semanas anteriores, a recente queixa do Benfica à Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD), após ter recebido denúncias de sócios sobre uma alegada recolha ilegal de dados pela lista de Noronha Lopes para apelar ao voto no próprio dia da ida às urnas.
"É um não assunto. Essas mensagens foram enviadas aos que estavam inscritos como voluntários na nossa campanha. Agora, se alguns deles reenviaram a outras pessoas, o problema já não é desta candidatura", reagiu o gestor, com Rui Costa a ressalvar que a participação junto da CNPD foi encaminhada pelo clube e não por qualquer candidatura.
Críticos sobre os ataques pessoais trocados entre membros de cada lista na campanha, os dois aspirantes à liderança do Benfica voltaram a expor o seu plano para o futebol e reiteraram a confiança no treinador José Mourinho, com o qual pretendem falar sobre o eventual reforço do plantel já na próxima janela de transferências, em janeiro de 2026.
"Tem dois anos de contrato e está a trabalhar muito para obter resultados positivos. A exigência é obter o máximo de títulos", direcionou Rui Costa, que despediu Bruno Lage em setembro e fez regressar Mourinho à Luz, 25 anos depois da estreia como treinador.
Noronha Lopes está confiante de que o setubalense se vai rever no projeto alternativo à atual direção, mas não disse o que fará se Pedro Ferreira, diretor-geral por si proposto, não for aceite pelo técnico, que tem uma relação próxima com o diretor desportivo Mário Branco, com quem trabalhou na última temporada ao serviço dos turcos do Fenerbahçe.
"Estou perfeitamente convicto de que Mourinho vai ser campeão esta época no Benfica. Agora, ele iniciou com um plantel que não escolheu e, por isso, não acho que possa ser responsabilizado se não ganhar este campeonato. O mínimo é procurar ganhar todas as provas. Vamos criar condições para isso, mas não exijo a Mourinho que seja campeão esta época", observou, aplaudindo a "conduta irrepreensível" do treinador na campanha.
Além da direção, as listas de Rui Costa e João Noronha Lopes concorrerão na segunda volta pelos outros órgãos sociais do clube - a Mesa da Assembleia Geral e o Conselho Fiscal -, além da Comissão de Remunerações, um órgão estatutário, uma vez que não atingiram a maioria absoluta, apesar de terem sido as duas mais votadas em cada um.
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