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A UAE Emirates diz que o espanhol Joan Ayuso não estava "alinhado com a filosofia desportiva da equipa"
A UAE Emirates anunciou que cessou o contrato com Juan Ayuso, jovem ciclista espanhol que vinha a ser criticado por não apoiar o seu colega de equipa, o português João Almeida, na atual edição da Volta à Espanha em bicicleta.
Juan Ayuso (na imagem) sai da UAE Emirates após polémica com João AlmeidaGian Mattia D'Alberto/LaPresse via AP
O anúncio foi feito nas redes sociais, com a equipa a escrever: "Ayuso vai manter-se no plantel até ao final de 2025 depois de uma decisão que foi tomada na sequência de visões diferentes do plano de desenvolvimento e no alinhamento com a filosofia desportiva da equipa". O espanhol tinha contrato até 2028.
João Almeida queixou-se da falta de ajuda por parte de colegas de equipa na fase decisiva da etapa 9 da Vuelta'2025. Questionado sobre o tema, Ayuso afirmou que decidiu abdicar de forçar na subida final por já não estar na luta pela geral. No final de uma etapa na qual terminou em 157.º, a quase 22 minutos de Vingegaard, o espanhol afirmou: "Estava bastante cansado. Dói-me demasiado as pernas do outro dia. Não podia ajudar muito a equipa. Não estou para a geral, não tem sentido forçar por forçar".
Questionado sobre a eventual ajuda a João Almeida na fase final da etapa, Ayuso comentou: "Não teria estado lá, forçar para aguentar 5 minutos mais não tem sentido".
"Gostaria de agradecer à equipa pelo apoio e pelas oportunidades que me deram ao longo destes anos. Tive a oportunidade de crescer e competir ao lado dos melhores, e sei que o que aprendi fará sempre parte do meu percurso profissional. Agora sinto que é altura de seguir um caminho diferente, com o mesmo entusiasmo, e desejo sucesso à UAE Team Emirates – XRG no futuro", frisou Juan Ayuso citado no comunicado da equipa.
Terceiro colocado na etapa 9 da Vuelta'2025, João Almeida assumiu, este domingo, ter sentido alguma falta de apoio dos seus colegas de equipa para fazer face à fase decisiva da subida a Valdezcaray. Questionado sobre a falta de ajuda de Tom Pidcock e Felix Gall na subida final, Almeida preferiu apontar um recado... interno. "Podia ver que estavam no limite, por isso não podiam fazer muito, mas senti um pouco a falta dos meus colegas de equipa hoje. Ninguém estava comigo no final, mas é o que é..."
Os antecedentes da saída
Já com dois top 5 conseguidos na Volta a Espanha, em 2022 (em que terminou em 3.º lugar) e 2023 (acabou em 4.º), Juan Ayuso é há muito considerado uma das maiores promessas do ciclismo internacional, levando a UAE Emirates a apostar num contrato longo para o espanhol.
Ao longo da carreira, porém, o ciclista foi sendo consecutivamente criticado por mostrar pouca disposição a esforçar-se em prol da equipa, sempre que isso comprometia os seus objetivos individuais ou quando Ayuso já não tinha objetivos individuais em jogo.
Há um ano, logo na quarta etapa do Tour de France (a Volta à França em bicicleta), a tensão foi visível quando João Almeida foi filmado pelas câmaras a pedir a Juan Ayuso que trabalhasse e acelerasse o ritmo para beneficiar Tadej Pogacar, o líder da UAE Emirates que acabaria por vencer o Tour. Adam Yates, que correu a prova pela UAE Emirates, comentou na altura: "Estamos aqui pelo Tadej e nada mais. Se tiver de fazer o meu trabalho mais cedo porque alguns não estão em posição, assim será." João Almeida desvalorizou o momento, normalizando a existência de atritos e desentendimentos momentâneos, mas Ayuso pareceu sentido quando comentou o caso, referindo: "Às vezes esses gestos são desnecessários, mas é o que é."
Na altura, as contas feitas por especialistas na modalidade, nas redes sociais, não deixavam dúvidas: João Almeida estivera, nessa etapa, em primeiro lugar das fileiras a acelerar o ritmo para beneficiar Tadej Pogacar durante oito minutos; Juan Ayuso, apenas 4 minutos e 45 segundos. Curiosamente, apesar de aparentar não ter forças para colaborar mais no esforço de aumento de ritmo que Tadej Pogacar requeria, Juan Ayuso terminou essa etapa em posição benéfica para os seus objetivos individuais: 3.º lugar.
Este ano, o ciclista espanhol ficou fora das escolhas da UAE Emirates para a Volta a França em bicicleta, não sendo um dos eleitos para apoiar Tadej Pogacar no objetivo de renovar o título de vencedor do Tour (o que acabaria por acontecer). Eleito, numa fase inicial da temporada, para a Volta a Itália, que não terminou - como não terminara, no ano anterior, o Tour -, acabaria "repescado" para a Volta a Espanha quase à última, face à ausência de Tadej Pogacar da corrida.
Inicialmente apontado como um dos dois líderes do grupo na Vuelta, lado a lado com João Almeida, Juan Ayuso deixou de ter ambições de vencer à prova na sexta etapa, depois de muito tempo perdido na montanha. Em reação, garantiu estar tranquilo e saber que não tinha condição física para pensar em vencer a prova. Os objetivos, julgava-se, passariam então por apoiar o líder da equipa, João Almeida, aliando a esse sacrifício a procura, aqui e ali, por vitórias em etapas. Porém, no dia seguinte, Juan Ayuso entrou em fuga logo nos quilómetros iniciais da etapa, acabando por vencer.
Dois dias depois, e na véspera de um dia de descanso, num dia de alta montanha em que o seu apoio seria essencial às ambições de João Almeida, Ayuso descolou cedo, sendo inútil às ambições de João Almeida. Visado mais tarde por não ter dado apoio, defendeu-se dizendo estar cansado e não valer a pena "forçar" - o que, apontaram alguns analistas e detratores posteriormente, não o impediu de se esforçar quando o objetivo era uma vitória individual, pouco antes.
Nota - Texto atualizado às 21h14 do dia 1/9/2025
Equipa de João Almeida termina contrato com colega que não quis apoiar o português
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