Arcebispo de Paris dará início à cerimónia, batendo à porta da catedral. A recuperação do edifício após o incêndio contou com cerca de dois mil trabalhadores.
Passados cinco anos e meio do incêndio que devastou a catedral de Notre-Dame, em Paris, a reabertura do edifício está marcada para este sábado. Uma cerimónia grandiosa, mas que está a ser ensombrada pela crise política desencadeada pela queda do governo.
REUTERS/Sarah Meyssonnier
Há uma semana, já foi possível ter uma visão do interior da catedral numa visita guiada feita pelo presidente francês, Emmanuel Macron, que foi transmitida na televisão. Macron, acompanhado pela mulher, Brigitte, e pelo arcebispo de Paris, Laurent Ulrich, marcaram a abertura de uma série de cerimónias que vão terminar este domingo, com a primeira missa celebrada nas novas instalações.
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Quem vai estar presente na inauguração?
Donald Trump já confirmou a sua presença na cerimónia de reabertura da catedral de Notre-Dame, esta vai, aliás, ser a sua primeira viagem desde que venceu as eleições americanas.
"É uma honra anunciar que viajarei para Paris, França, no sábado para participar na magnífica e histórica reabertura da catedral de Notre-Dame, que foi totalmente restaurada após um incêndio devastador há cinco anos. O presidente Emmanuel Macron fez um trabalho maravilhoso garantindo que Notre-Dame fosse restaurada ao seu nível máximo de glória. Será um dia muito especial para todos!", anunciou Trump na sua aplicação Truth Social.
Em 2019, altura em que ocorreu o incêndio, Trump estava na Casa Branca e falou com Macron e com o Papa Francisco para dar as suas condolências e oferecer "a ajuda dos grandes especialistas em renovação e construção americanos".
Além do presidente eleito dos Estados Unidos são esperados cerca de 50 chefes de estado e de governo e as cerimónias de sábado e domingo serão eventos de alta segurança.
O que se sabe sobre as cerimónias?
Pouco se sabe sobre as cerimónias deste fim-de-semana, no entanto, o site da catedral refere que vão ter início na tarde de sábado quando o arcebispo de Paris, Laurent Ulrich, abrir, pela primeira vez em cinco anos, as portas de Notre-Dame, com a ajuda da sua equipa. Laurent Ulrich deverá bater na porta com o seu cajado e dentro da catedral os salmistas vão responder cantando três vezes: "Quão alegre foi quando me disseram: ‘Vamos à casa do Senhor!’ Agora os nossos pés estão dentro das suas portas, ó Jerusalém! Jerusalém, construída como uma cidade, que está firmemente unida".
Pouco tempo depois é esperado que Macron discurse para os convidados e no sábado à noite as cantoras de ópera Pretty Yende (sul-africana) e Julie Fuchs (francesa) vão dar um concerto acompanhadas pelo violoncelista francês Yo-Yo Ma e as cantoras Angelique Kidjo e Hiba Tawaji.
Já na manhã de domingo será celebrada a primeira missa, pelas 10h30, que inclui a consagração do novo altar. Foram convidados 170 bispos franceses e de outros lugares do mundo, assim como um padre representante de cada uma das 106 paróquias da diocese de Paris e um padre de cada uma das sete Igrejas Ortodoxas. Depois da missa haverá um almoço buffet com as associações de caridade da diocese e aqueles que estas apoiam.
Durante os eventos a Île de la Cité (Ilha da Cidade), onde está localizada a catedral, estará encerrada para os turistas pelo que foi montada uma zona pública com espaço para quarenta mil espetadores na margem sul do rio Sena.
O site da catedral revela ainda que continuarão a existir eventos de celebração até ao dia 18 de dezembro e que até junho de 2025 vão decorrer concertos semanais à terça-feira.
Como foi o processo de restauro?
A recuperação do edifício custou cerca de 700 milhões de euros, o que incluiu a colocação de vigas no telhado que vão substituir a estrutura medieval que foi consumida durante o incêndio. É estimado que cerca de dois mil pedreiros, carpinteiros, restauradores, instaladores de telhados, fundidores, especialistas em arte, escultores e engenheiros estiveram envolvidos no projeto.
Cinco anos e €700 milhões depois, Notre-Dame reabre ensombrada pela política
O interior renovado da catedral foi mantido em segredo durante todo o período de restauro, tendo sido partilhas apenas algumas fotografias. Mas alguns dos artesãos que estiveram envolvidos no processo anteciparam que o interior é inspirador, especialmente porque a catedral ganhou uma nova clareza e brilho que contrastam com a escuridão que se experienciava antes.
Notre-Dame tornou-se um símbolo da presidência Macron
No dia 15 de abril de 2019 as imagens do incêndio que se alastrou pelo telhado da catedral do século XIX começaram a ser partilhadas, o incêndio espalhou-se rapidamente e uma das torres acabou por desmoronar. Na altura, a catedral já estava a ser submetida a um restauro na parte externa e, apesar de não ter sido possível provar a causa do acidente, algumas teorias referem que pode ter sido um cigarro deixado por um trabalhador no edifício.
Cerca de 600 bombeiros combateram as chamas durante 15 horas e chegou a temer-se que os oito sinos da torre norte caíssem, derrubando a própria torre e grande parte da catedral.
No dia seguinte, Macron esteve no local e prometeu o que quase toda a gente achava impossível: reabrir Notre-Dame dentro de cinco anos. Foi criado um órgão público para gerir o restauro e foi feito um apelo para doações, que conseguiu arrecadar 846 milhões de euros através de grandes patrocinadores, mas também de particulares que enviaram pequenas quantias de todo o mundo.
Macron manteve-se por perto durante todo o processo e tentou transformar esta obra num símbolo da sua presidência, pelo que num momento em que o seu apoio político e popularidade está em baixo a reabertura pode ser importante, especialmente porque as primeiras imagens da catedral renovada vão estar para sempre associadas a si.
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