Pela primeira vez, a Organização Mundial de Saúde sugere o uso de um medicamento para o tratamento da obesidade. A OMS diz que os medicamentos desenvolvidos para controlo da diabetes, mas que têm sido amplamente utilizados para a perda de peso, devem ser prescritos para o tratamento da obesidade. Infarmed avalia aprovação em Portugal.
A Organização Mundial da Saúde quer democratizar a prescrição da substância ativa do Ozempic, a semaglutida, para o tratamento da obesidade e recomendou pela primeira vez alargar a utilização de uma classe de medicamentos usados na diabetes. A obesidade afeta mil milhões de pessoas - e, segundo Gil Faria, Coordenador do Centro de Tratamento de Obesidade do Hospital Pedro Espano, "este é um passo fundamental para o eficaz tratamento da doença".
Medicamento Ozempic da Novo Nordisk em destaque após declarações de TrumpMarcus Brandt / AP
"Uma instituição internacional reconhece, finalmente, que a obesidade deve ser tratada", explica o médico à Sábado, e acrescenta que "estes medicamentos são úteis e vão prevenir outras enfermidades, pois a obesidade está associada às principais causas de morte no mundo ocidental: cancro e doenças cardio-vasculares".
"A cirurgia é o tratamento mais eficaz e barato para a obesidade", contrapõe Gil Faria. Porém, considera altamente positivo que medicamentos com os princípios ativos do Ozempic, a semaglutida e tirzepatida, sejam passivos de prescrição para esta doença.
Nos novos guias publicados em dezembro de 2025, a OMS ressalva, no entanto, que a medicação deve fazer parte de uma abordagem global, que inclua dieta, exercício e apoio comportamental, reforçando que “medicamento por si só não resolverá o problema” da obesidade.
Além disso, a OMS sublinha que, embora estas terapias representem um avanço significativo, há incertezas relativas à sua eficácia e segurança no longo prazo — por exemplo em relação à manutenção do peso após descontinuação ou a efeitos adversos potenciais. Também alerta para desafios práticos: o elevado custo destes medicamentos e a capacidade limitada dos sistemas de saúde dificultam o acesso global, o que torna essencial haver políticas de acesso equitativo se se pretende que o tratamento alcance quem dele mais precisa.
Já em Portugal, a ministra da Saúde admite que os medicamentos para o tratamento da obesidade possam ser comparticipados. Ana Paula Martins diz que a possibilidade está a ser analisada. O Infarmed está a analisar a possibilidade de comparticipação de certos medicamentos. Dados de 2022 mostram que, em Portugal, mais de metade da população adulta sofre de excesso de peso ou obesidade - e o tratamento eficaz desta doença pode prevenir a evolução de outras.
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O centrismo tem sido proclamado por diversas personalidades que não têm a mais pálida ideia do que fazer ao país. É uma espécie de prêt-à-porter para gente sem cultura política e, pior que isso, sem convicções ou rumo definido.
Legitimada a sua culpa, estará Sócrates tranquilo para, se for preciso, fugir do país e instalar-se num Emirado (onde poderá ser vizinho de Isabel dos Santos, outra injustiçada foragida) ou no Brasil, onde o amigo Lula é sensível a teses de cabalas judiciais.