Portugal tinha adotado oficialmente este sistema no início de abril como uma medida de promoção da alimentação saudável apoiada pela Ordem dos Nutricionistas e pela DECO.
No início de maio, aSÁBADOfalou com Raquel Abrantes, nutricionista e membro da direção da Associação Portuguesa de Nutrição, sobre este sistema que, segundo a especialista, pretende "simplificar o entendimento do valor nutricional". Na altura, a especialista admitiu algumas das falhas agora apresentadas pelo Ministério da Agricultura mas considerou que o sistema é especialmente útil na "comparação direta de produtos", ou seja, "avaliar alimentos da mesma categoria que são consumidos na mesma hora do dia".
O Nutri-Score é um modelo europeu desenvolvido pela Santé Publique France, a agência nacional de saúde pública francesa, através do recurso a um algoritmo que atribui pontos com base na composição nutricional do produto. Nos pontos positivos, incluem-se fatores como "proporção de fruta, legumes, leguminosas, frutos secos, azeite e óleo de colza e noz, tal como o teor em fibras e proteínas", lê-se no site da DECO. Enquanto a "energia (calorias), teor em gordura saturada, açúcares e sal" são apresentados como pontos negativos.
O algoritmo pode ser atualizado, o que Raquel Abrantes considerou como um dos pontos positivos. A última atualização ocorreu no final de 2023 "para considerar as gorduras insaturadas, como as provenientes do peixe, e os cereais refinados como pontos positivos, e fazer a distinção entre as carnes vermelhas e as carnes brancas", explicou a nutricionista.