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Covid longa dificulta a prática de exercício físico, indica estudo

Luana Augusto
Luana Augusto 04 de janeiro de 2024 às 18:37
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Quem padece da doença queixa-se de cansaço, indisposição e dores por grandes períodos de tempo. Danos musculares e microcoágulos podem causar impacto negativo.

Quem tem covid longa sente-se cansado, indisposto e com dores durante um longo período de tempo depois de praticar exercício físico. Umestudo publicado na revista Nature Communication, que envolveu a participação de 25 pessoas com covid longa submetidas a exercícios de 10 a 15 minutos numa bicicleta estática, seguidos de análises ao sangue e biópsias aos músculos esqueléticos – responsáveis pela postura e movimento - explica agora o porquê disto acontecer.

REUTERS/Stephane Mahe

Ao que parece quem tem covid longa apresenta intolerância ao exercício físico porque sofre mais danos nos tecidos musculares, tem menos e pouco funcionais mitocôndrias (estruturas que produzem energia dentro das células) nos músculos, e tem ainda aglomerados de proteína amilóide nos músculos esqueléticos. Estes aglomerados são chamados de microcoágulos, mas não foi detetado que dificultem a circulação do sangue. Todos estes elementos causam maior cansaço nas pessoas com covid longa. 

Ao jornal The Guardian Betty Roman, professora da Universidade de Oxford que não esteve envolvida no estudo, disse que há outro factor que pode afetar os treinos: "Embora seja plausível que a fadiga esteja associada a estas anomalias metabólicas, outros fatores contribuintes, como a inflamação persistente, também podem desempenhar um papel", avançou.

Para quem tem este tipo de problemas, os investigadores não aconselham a prática de exercícios intensos, já que "isso danifica os músculos, piora o metabolismo e pode explicar o porquê de sentirem dores musculares e fadiga até semanas após o exercício", como explica Rob Wüst, autor do estudo em questão e professor assistente na Universidade de Vrije, em Amesterdão.

Só em Portugal acredita-se que a covid longa afete 336 mil pessoas, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). 

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