Sábado – Pense por si

Quando o Papa Pio IX raptou uma criança

Vanda Marques
Vanda Marques 15 de setembro de 2019 às 08:00

Batizado às escondidas, Edgardo foi levado pela Inquisição aos 6 anos. Pio IX nunca o devolveu e criou uma crise política.

"Signor Mortara, lamento informá-lo de que foi vítima de uma traição." O polícia do Papa Pio IX, Lucidi, foi mais claro: "O vosso filho Edgardo foi batizado e recebi ordens para o levar." No século XIX, quando a Inquisição ainda operava, não era raro batizarem crianças judias às escondidas e desta forma convertê-las, explica, àSÁBADO, David I. Kertzer, autor do livroO Rapto de Edgardo Mortara. "Uma das coisas mais surpreendentes é que o batismo não precisa de ser feito por um padre. Qualquer iliterato adolescente – como Anna Morisi – podia fazê-lo. Isto mantém-se na lei canónica, que vê como uma coisa boa batizar uma pessoa que está a morrer, mesmo que não seja cristã", diz o historiador.

Para continuar a ler
Já tem conta? Faça login

Assinatura Digital SÁBADO GRÁTIS
durante 2 anos, para jovens dos 15 aos 18 anos.

Saber Mais
Cyber Crónicas

É urgente reconhecer a polícia

O descontentamento que se vive dentro da Polícia de Segurança Pública resulta de décadas de acumulação de fragilidades estruturais: salários de entrada pouco acima do mínimo nacional, suplementos que não refletem o risco real da função, instalações degradadas e falta de meios operacionais.