A teóloga Teresa Toldy e o padre Anselmo Borges consideram que o Papa Francisco ainda tem todas as capacidades necessárias para exercer o cargo, apesar de assumirem que existe uma fação da Igreja que preferia o seu afastamento.
Pela segunda Páscoa consecutiva o Papa Francisco estará ausente das celebrações da Páscoa no Vaticano devido a problemas de saúde. No ano passado Franciscoencontrava-se em recuperação depois de ter sido diagnosticado com uma bronquite agudae este ano encontra-se a recuperar depois de uma pneumonia bilateral o ter deixado internado durante mais de um mês.
REUTERS/Guglielmo Mangiapane
Entre estes dois períodos, o Sumo Pontífice teve ainda outros problemas de saúde. Além das questões respiratórias que lhe provocaram outra bronquite em novembro, Francisco caiu em dezembro do ano passado e em janeiro deste ano, o que lhe provocou uma contusão no antebraço direito.
Sobre as celebrações desta Páscoa, o Vaticano emitiu um comunicado onde confirmou que Francisco entregou a diversos cardeais os principais ritos da Semana Santa, mas a sua participação continua incerta, não foi confirmado quem será o responsável por celebrarar a missa de domingo nem se o Papa vai dar a tradicional bênção "Urbi et Orbi".
Anselmo Borges, padre e professor universitário, reforça à SÁBADO que "em relação a este trilho pascal o Papa já delegou em cardeais as principais celebrações, no entanto fez questão de escrever todos os textos para a via sacra". Ainda assim existe a espectativa, partilhada por muitos fiéis, que Francisco dê a tradicional bênção "Urbi et Orbi": "Não sabemos se fará a surpresa de no domingo dar a bênção da Páscoa".
Além disso, e apesar de "não acreditar que vá celebrar a missa de domingo", o professor universitário refere que o líder da igreja católica "poderá estar presente".
Os últimos anos do papado de Francisco, que começou em 2013, têm sido marcados pelos problemas de saúde do Papa, seja os respiratórios ou os problemas no joelho que limitaram a sua mobilidade e o fizeram cancelar várias viagens oficiais, especialmente nas vésperas das Jornadas Mundiais da Juventude em Lisboa.
Em 2023 chegou a ficar internado durante nove dias depois de ter passado por uma extensa cirurgia ao intestino, em 2021 teve de remover parte do cólon e em 2019, foi também submetido a uma pequena cirurgia para tratar as cataratas. Do histórico de saúde de Francisco, faz também parte um caso grave de pneumonia que o levou a retirar parte de um pulmão com apenas 21 anos e sofre ainda de ciática.
Ainda assim a teóloga Teresa Toldy não acredita que a imagem do Papa esteja desgastada e que os fiéis estejam à espera que renuncie: "Cada vez que o Papa aparece é uma alegria para os fiéis. A imagem do Papa Francisco não tem a ver com as suas dificuldades físicas, mas sim com aquilo que diz e pensa".
Teresa Toldy reforça que "o Papa está consciente" e que "ser Papa não é só aparecer, os boletins médicos informavam muitas vezes que o Papa continuava a trabalhar". A teóloga acredita que "a acentuação das dificuldades físicas do Papa está a ser utilizada como uma forma de desvalorizar o que o Papa está a fazer".
A teóloga afasta ainda a situação de saúde de Francisco daquela que era a de João Paulo II: "Este Papa não está a passar por um processo de demência como aquele que o papa João Paulo II passou, continua com todas as capacidades mentais e a fazer um trabalho muito importante dentro da Igreja. Não estamos a falar de um Papa que está a morrer nem incapaz, mas essa é uma perspetiva que é conveniente às pessoas que não querem a implementação das mudanças que ele quer trazer".
"O Papa está lúcido e não está agarrado ao poder nem à Igreja", afirma Teresa Toldy antes de partilhar que acredita que "se o Papa chegar a uma situação em que realmente já não está capaz terá a capacidade de renunciar".
A teóloga refere que "há setores da Igreja que ficariam contentíssimos se o Santo Padre não tivesse saído do hospital e se estivéssemos agora a realizar um novo conclave porque Francisco introduziu uma forma de olhar a Igreja e de ter contacto com as pessoas completamente diferente".
Anselmo Borges concorda e relembra que "o Papa tem muitos opositores, ele próprio o confessa". "Infelizmente existem muitas conversas para se começar a preparar um conclave que eleja um papa capaz de fazer regredir toda a renovação que o Papa Francisco impôs à Igreja", refere partilhando ainda que esta era uma renovação "necessária".
O padre acredita que o bispo de Roma "está à espera de poder redigir um texto final sobre o sínodo" de forma a que "não seja possível voltar atrás com as mudanças aplicadas". Também Teresa Toldy concluiu recordando que o Papa Francisco lançou "uma dinâmica de três anos relacionada com o sínodo", que vai ser "um momento importante de mudança para a Igreja e que muitos preferiam que não acontecesse".
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