Apesar de saber os riscos de envenenar golfinhos com metomil, Zachary Barfield fê-lo na mesma, inclusive chegou a alvejá-los em frente a crianças.
Um homem foi condeando por envenear e alvejar golfinhos. Este é o mais recente exemplo do fenómeno conhecido como "florida man", um termo utilizado para descrever atos estranhos ou bizarros muitas vezes ilegais que acontecem com alguma frequência no Estado da Flórida, nos EUA.
Durante vários anos, Zachary Barfield de Panama City na Flórida, trabalhou no Golfo do México guiando navios de pesca, muitas vezes com golfinhos a segui-lo. Mas quando estes animais começaram a roubar pargos dos seus clientes, o capitão decidiu tomar medidas.
Entre 2022 e 2023, Barfield colocou pesticidas em peixes que utilizava como isco e alvejava golfinhos a partir do seu barco. Esta semana foi condenado a 30 dias na prisão e multado em 51 mil dólares (cerca de 46 mil euros) por três acusações de envenenamento e abate de golfinhos que violam a lei de proteção dos mamíferos marinhos e a lei federal de insecticidas.
O homem de 31 anos sabia o quão perigoso era pesticida que utilizou, metomil, e os efeitos que tem nos golfinhos nomeadamente que pode afetar o seu sistema nervoso, argumentou a acusação. "Ele conhecia os regulamentos que protegiam os golfinhos mas matou-os na mesma, uma vez à frente de crianças", disse Adam Gustafsson, procurador-geral adjunto da divisão de ambiente e recursos naturais do Departamento de Justiça norte-americano.
A investigação às ações do capitão teve início em 2023 depois de uma denúncia à divisão de pescas da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA, sigla em inglês). Utilizou uma caçadeira de calibre 12 para alvejar pelo menos cinco golfinhos, causando a morte de um. Os envenenamentos terão causado mais mortes.
"Com base em provas obtidas ao longo da investigação, Barfield alimentou entre 24 a 70 golfinhos com isco envenenado em viagens que capitaneou" afirmou a NOAA, explicando que o homem declarou que estava "frustrado com o facto de os golfinhos lhe roubarem o peixe".
A tensão entre pescadores e golfinhos nesta região tem vindo a culminar na morte destes mamíferos. Entre 2014 e 2024 pelo menos 21 golfinhos morreram alvejados ou esfaqueados segundo dados da NOAA citados no jornal norte-americano The New York Times.
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