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Gaza Habibti, a exposição sobre a vida em Gaza que chega a Lisboa

Débora Calheiros Lourenço
Débora Calheiros Lourenço 27 de agosto de 2025 às 07:00
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Sónia Sampaio, membro do Parents for Peace, defende que a exposição é uma forma de "humanizar" a vivência palestiniana e “apoiar os fotógrafos que estão no terreno".

A Galeria Monumental vai receber a exposição de fotografia Gaza Habibti, entre 2 e 6 de setembro. O projeto, que tem curadoria da Yura Visuals, e tem passado por várias cidades do mundo chega a Lisboa pelo coletivo Parents for Peace e pretende “humanizar a cultura palestiniana e o que é o dia a dia em Gaza, antes e durante a guerra, e angariar fundos para os fotojornalistas que estão em Gaza”, explica Sónia Sampaio, membro do coletivo. 

Vendas da exposição sobre a vida em Gaza apoiam fotógrafos palestinianos
Vendas da exposição sobre a vida em Gaza apoiam fotógrafos palestinianos Fatma Hassona

Na exposição vai ser possível ver obras de 25 fotógrafos de Gaza, “alguns deles já foram assassinados por Israel” e ao comprar as fotografias expostas “o dinheiro é enviado para esses fotógrafos ou para as suas famílias”, partilha com a SÁBADO. Sónia Sampaio reforça que “apoiar os fotógrafos que estão no terreno é fundamental”, sobretudo porque “Israel não tem aprovado a entrada de jornalistas internacionais”, sendo as imagens captadas pelos locais “a única forma de nos mantermos informados sobre a situação em Gaza”.  

Em paralelo com a exposição, vai ocorrer no Cinema Ideal a antestreia do filme Put Your Soul on Your Hand and Walk (Com a Alma nas Mãos, Caminha, em Português), no dia 3 de setembro pelas 21h30. Sónia Sampaio considera que o filme é mais um “ato de resistência” depois de “uma das personagens centrais do filme, Fatma Hassona, ter sido assassinada um dia depois de o documentário ter sido selecionado para Festival de Cannes”.  

Além disso, o Parents for Peace quis trazer “um programa cultural muito interessante para trazer o tema da Palestina para cima da mesa, que conta, por exemplo, com uma mesa-redonda para discutir a relação entre a arte e o ativismo”. O programa está a ser divulgado nas redes sociais e “alguns pontos ainda vão ser fechados e divulgados”.

O coletivo “surgiu em 2023 a partir de um conjunto de pais que se foram juntando em manifestações pró-Palestina e que verificaram existência de dificuldades de participação neste tipo de eventos por parte de famílias”. Desde então têm trabalhado formas “de falar com crianças sobre a guerra, de como trazer as famílias para as manifestações”, mas também têm levado a cabo “petições para que crianças palestinianas com necessidades médicas específicas possam ser tratadas em Portugal”. Sónia Sampaio partilha que já foram ouvidos no Parlamento sobre este assunto e que “existem muitos hospitais interessados em fazer parte do projeto”.  

O coletivo criou “recentemente um guia de livros sobre a Palestina para as várias idades escolares que está a ser distribuído pelas escolas”, isto porque, tal como no caso da exposição, consideram que é “essencial sensibilizar e informar sobre o que se está a passar em Gaza”, onde “os direitos humanos estão a ser postos em causa”.

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