Ao longo do século XX foi crescendo, ligando a Baixa da cidade à Lisboa que crescia. "Atlas Almirante Reis" conta essa história, relacionando-a com o seu presente multicultural.
O "Atlas" no título não é inocente. As coordenadoras deste projeto-livro, Filipa Ramalhete, Margarida Tavares da Conceição e Inês Lobo, quiseram estudar a Avenida Almirante Reis, mapeá-la, sim. Contudo, a intenção passou também por integrar a História no presente, combinando o desenvolvimento da avenida com o de Lisboa.
Paulo Catrica
Assim nasceu um livro a várias mãos, com textos de diversos autores e diferentes análises sobre uma das mais importantes e estruturantes artérias da cidade.
Em 2016, as coordenadoras organizaram uma conferência com convidados que tinham estudos, ou estavam a iniciá-los, sobre a Avenida Almirante Reis. Filipa Ramalhete diz àSÁBADOque a ideia, ao chamar esses investigadores, passava por ter visões "pluridisciplinares sobre este eixo de Lisboa". Assim nasceu o projeto desteAtlas Almirante Reis, que não é um livro académico, mas uma obra acessível e curiosa.
A ideia germinou de muitas conversas: "O que fica de fora quando se sai desta ideia do bairro? Que zonas de Lisboa, que não são Baixa, fazem parte das linhas estruturais da cidade? Era frequente a resposta ser a Almirante Reis." A avenida é, na verdade, uma linha que liga a cidade velha (a Baixa) àquela que se foi expandindo a partir das artérias principais/centrais (Av. Liberdade e suas extensões). À sua volta, bairros com características próprias foram crescendo e transformando-se ao longo do tempo.
O que surpreende no livro são as suas peculiaridades: "Não teve grandes projetos de obras públicas, foi sempre uma avenida que se foi expandindo ao sabor da iniciativa privada e sempre de uma forma tímida. É o lado pobre da cidade, não é o lado nobre, com grandes obras, grandes edifícios."
O investimento privado e a costela comercial da Almirante Reis são temas que lançam várias ideias sobre a atualidade da avenida. Percorrê-la, da Baixa ao Areeiro, é sentir uma evolução do século XX: vai-se avançando no tempo ao longo da sua extensão.
Mas não só: a Almirante Reis também narra a ligação entre o passado e o constante presente-futuro de Lisboa, na forma como não termina na Pç. Francisco Sá Carneiro, percecionando-se aí uma extensão natural até ao aeroporto, através da Av. Almirante Gago Coutinho.
Além disso, é a avenida de Lisboa que representa a multiculturalidade – em Arroios, vivem 92 nacionalidades – e alguns dos negócios do futuro.
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