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"Acabou de morrer em um acidente". A nova fraude no Facebook

Diogo Barreto
Diogo Barreto 30 de agosto de 2023 às 18:57
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As mensagens têm surgido nas páginas dos utilizadores da maior rede social do mundo.

As fraudes das redes sociais continuam a aumentar. Depois das burlas pelo WhatsApp ("Olá, mãe"), surge um novo tipo de tentativa de fraude, desta feita na maior rede social do mundo, o Facebook.

Getty Images

No perfil das vítimas surge uma publicação onde se lê "Acabou de morrer em um acidente", seguido de uma hiperligação. O objetivo é levar as pessoas a clicar nessa hiperligação, sendo que muitas vezes são identificadas dezenas de pessoas na publicação, para que a mesma chegue a mais pessoas. Outra modalidade também utilizada é enviar a mesma mensagem, mas utilizando a opção de mensagens privadas (através do Messenger).

A hiperligação utilizada assemelha-se a um link noticioso, o que acrescenta ainda mais credibilidade ao esquema. E quando a pessoa clica no mesmo, é reencaminhado para uma página onde se pede que introduza o seu nome de utilizador e password, no que parece ser uma página do Facebook. É aqui que está o esquema, já que depois de introduzir os dados, os mesmos são enviados para o autor do esquema que altera as credenciais de entrada e utiliza a conta para enviar a mesma mensagem a mais pessoas. 

Dados de contas de Facebook são bastante valiosas já que as pessoas partilham dados como passwords, emails, números de telefones e listas de contactos. Estes dados podem depois ser vendidos na dark web

A fraude em questão é um esquema de phishing que tem como objetivo roubar as informações das contas de Facebook ou então instalar vírus no computador do utilizador. Mas a mesma mensagem é também partilhada para um esquema chamado "clickjacking". A pessoa é redirecionada para uma página de anúncios que tem como objetivo gerar receitas ou aumentar o tráfego dos sites, o que gera mais receita publicitária. Há risco de, clicando nessa hiperligação, o autor da fraude conseguir introduzir um vírus no seu dispositivo.

Os especialistas pedem que quem entre em contacto com essa mensagem avise o utilizador do perfil no qual a mensagem foi publicada para  que esta seja apagada.

Esta mensagem começou a circular nos Estados Unidos em maio deste ano, tendo-se depois estendido a outros países (a imprensa internacional dá conta de esquemas semelhantes no Brasil, Índia, Austrália, Nova Zelândia e África do Sul) e chegou a Portugal em agosto. 

O Facebook já explicou formas de combater este esquema: ir às definições da sua página de Facebook, escolher o separador "Segurança e início de sessão", procurar indícios de sessões suspeitos num dispositivo desconhecido e selecionar a opção "terminar sessão". Depois será necessário alterar a palavra-chave e reportar a tentativa de fraude.

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