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Rangel recorda Balsemão "homem livre" e "um dos grandes vultos da política" dos últimos 60 anos

Lusa 00:57
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O número dois do Governo salientou o "papel decisivo" de Balsemão na revisão constitucional e na lei de imprensa.

O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros recordou hoje Francisco Pinto Balsemão como "um homem livre" e "um dos grandes vultos da política" portuguesa dos últimos 60 anos.

Paulo Rangel recorda Balsemão, destacando seu papel na política e na liberdade de imprensa
Paulo Rangel recorda Balsemão, destacando seu papel na política e na liberdade de imprensa Duarte Roriz/Medialivre

Paulo Rangel falava aos jornalistas a meio do Conselho Nacional do PSD, que decorreu na noite de terça-feira e onde recebeu a notícia da morte do fundador e militante número um do PSD, Francisco Pinto Balsemão, começando por transmitir condolências à sua família.

"Estamos a falar, sem dúvida, de um dos grandes vultos da política e da sociedade portuguesa dos últimos 60 anos", destacou, recordando quer o seu papel na oposição ao regime de Salazar como jornalista e deputado da Ala Liberal, ao lado de Francisco Sá Carneiro, Magalhães Mota ou Miller Guerra, quer depois como primeiro-ministro.

O número dois do Governo salientou ainda o "papel decisivo" de Balsemão na revisão constitucional e na lei de imprensa.

"Ele era um homem livre. Eu acho que foi, de facto, alguém que mudou Portugal, mudou como político, com certeza, mas talvez aquele legado que vai ficar como mais forte, julgo que é justo dizer, vai ser a liberdade da imprensa", destacou.

Rangel sublinhou que Francisco Pinto Balsemão "nunca moveu um único dedo, nem disse uma única palavra para alterar a versão de um jornalista ou para o influenciar na edição de qualquer notícia".

"Eu acho que esse legado da liberdade de imprensa, da liberdade de comunicação social, da modernização da comunicação social, da abertura à inovação, vai ser, talvez, o seu maior legado", disse.

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Rangel salientou também a frontalidade de Francisco Pinto Balsemão, que "tinha o condão de dizer a toda a gente aquilo que pensava, o que não significava que muitas vezes ficasse zangado com as pessoas"

"Mas essa frontalidade, que é uma característica não muito portuguesa, era uma característica dele. E outra era o amor pela inovação", disse, recordando os seus últimos projetos ligados ao papel da inteligência artificial.

"Se tivesse que escolher uma palavra, era liberdade. Estar com Francisco Pinto Balsemão era respirar liberdade em todos os minutos e em todos os momentos em que ele não renunciava a acender o seu cigarro. Também nisso era um homem livre e um homem independente", frisou.

O antigo primeiro-ministro Francisco Pinto Balsemão, fundador e militante número um do PSD, do qual também foi presidente, morreu hoje 88 anos.

Ainda durante a ditadura, em 1973, criou o semanário o Expresso, e mais tarde, já em democracia, a SIC, primeira televisão privada em Portugal, em 1992.

Após a morte de Francisco Sá Carneiro, presidiu ao PSD e chefiou o VII e o VIII governos constitucionais, da AD, entre 1981 e 1983.

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