Sábado – Pense por si

Germano Almeida
Germano Almeida
21 de outubro de 2025 às 23:00

A Rússia continua a querer tudo

Trump esforçou-se por mostrar que era dele o ascendente sobre Putin. Mas o presidente russo é um exímio jogador de xadrez. Esperou, deixou correr, mas antecipou-se ao encontro de Zelensky em Washington e voltou a provar que é ele quem, no fim do dia, leva a melhor. A Rússia continuar a querer tudo na Ucrânia. Conseguirá continuar as consequências dos ataques a refinarias e petrolíferas?

O que é que a Rússia quer mesmo? “Desmilitarizar”? Falhou completamente. A Ucrânia está hoje muito mais forte que há três anos e oito meses. Travar o alargamento da NATO? Falhanço total. A Aliança alargou a norte com a Finlândia e a Suécia. Para Putin é tudo mais fácil: pôde transformar a Rússia numa economia de guerra, sem qualquer preocupação pelo bem-estar da sua população. A Rússia tornou-se numa ameaça global. Se triunfasse na Ucrânia, a Europa ficará em zona de risco fatal, o que significa que a Rússia poderá, por exemplo, atacar o norte da Europa para dominar o Mar Báltico, bem como provocar uma série de países com vista a desmembrar a União Europeia como um todo. Kaja Kallas tem razão ao avisar: "Moscovo continuará a ser uma ameaça, mesmo depois da guerra na Ucrânia terminar". A defesa europeia até 2030 foi desenhada nesse pressuposto. A Rússia não foi provocada: avançou para a invasão porque Putin quis (e só por isso). Os países do alargamento a Leste da NATO não aderiram à aliança atlântica para conspirarem um ataque a Moscovo: fizeram uma escolha livre e democrática no sentido de aderir a um espaço de segurança e valores comuns. É na Ucrânia que, desde 24 de fevereiro de 2022, está a ser definida a nova fronteira da Europa democrática. Não terá a ver só com o destino dos ucranianos: será o destino de todos nós, europeus.

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Trump esforçou-se por mostrar que era dele o ascendente sobre Putin. Mas o presidente russo é um exímio jogador de xadrez. Esperou, deixou correr, mas antecipou-se ao encontro de Zelensky em Washington e voltou a provar que é ele quem, no fim do dia, leva a melhor. A Rússia continuar a querer tudo na Ucrânia. Conseguirá continuar as consequências dos ataques a refinarias e petrolíferas?