O norte-irlandês completou o rali com 29,7 segundos de vantagem sobre o norueguês Andreas Mikkelsen. Miguel Campos foi o melhor português
Dezasseis anos após Richard Burns, o Rali de Portugal teve este domingo nova vitória de um britânico, desta vez bastante mais inesperada, porque Kris Meeke (Citroen DS3) era um "outsider" na quinta prova do campeonato do mundo.
O norte-irlandês, que somou a sua segunda vitória no WRC após a da Argentina em 2015, completou o rali com 29,7 segundos de vantagem sobre o norueguês Andreas Mikkelsen (Volkswagen Polo R), que aproveitou as quatro especiais do último dia para subir ao segundo lugar e relegar Ogier, seu colega de equipa, para a terceira posição, a 34,5 segundos do vencedor.
Primeiro em Monte Carlo e na Suécia e segundo no México e na Argentina, o gaulês tricampeão do mundo reforçou a liderança do campeonato, com 114 pontos, enquanto Mikkelsen subiu a segundo, com 67, mais nove do que o seu compatriota Mads Ostberg (Ford Fiesta RS), agora terceiro classificado, à frente do neozelandês Hayden Paddon (Hyunday i 20), que abandonou e caiu de segundo para quarto (57).
Com presenças pontuais neste campeonato, uma vez que a Citroen abdicou deste Mundial para preparar o novo carro para 2017, Meeke aproveitou a sua posição de saída mais atrasada para ganhar vantagem nos primeiros dias e negar o triunfo à Volkswagen, que na Argentina já tinha deixado escapar a vitória para o neozelandês Hayden Paddon (Hyundai i20).
Ausente nas duas provas anteriores, o britânico surgiu com "apetite voraz" e fez o melhor tempo em oito das 19 provas especiais de classificação (PEC), cinco na sexta-feira e três no sábado, acumulando avanço suficiente para poder gerir a diferença com conforto e sem riscos na parte final do rali, de forma a tornar-se o quarto britânico a ganhar em Portugal após Tony Fall (1968), Colin McRae (1998 e 1999) e Richard Burns (2000).
"Foi um fim de semana quase perfeito. Tirámos o máximo partido da posição em que estávamos e eu não podia ter feito mais. Esta vitória mostra que o DS3 continua a ser um grande carro. Para mim, também é mais um passo. Estou muito, muito entusiasmado com 2017", afirmou o vencedor, que dedicou o triunfo aos fãs portugueses: "É um ambiente incrível. Que lugar para conduzir um carro de rali, especialmente naquele final em Fafe. Esta é para eles."
Nos curtos 66 quilómetros do último dia, nos troços de Vieira do Minho e de Fafe, onde dezenas de milhares de pessoas se concentraram para ver o espectacular sector de Confurco e o emblemático salto final, Meeke limitou-se a "observar" a luta interna da Volkswagen, um duelo favorável a Mikkelsen e um pouco penalizador para Ogier, que cumpriu mais um rali com o "handicap" de ser o primeiro a partir e a ter a tarefa ingrata de "limpar" os troços nas primeiras jornadas.
Mikkelsen foi o mais rápido na primeira passagem dos troços de hoje, ganhando 11 segundos a Ogier, e foi aí que assegurou o segundo lugar, porque o francês, vítima de dois furos, impôs-se depois na segunda passagem e recuperou algum tempo, mas não o suficiente para retomar a posição.
"Partimos com três segundos de atraso e eu sabia que tinha de atacar bastante... Ele é tricampeão do mundo, portanto era uma tarefa difícil. Conseguimos dar a volta e é uma óptima sensação lutar nas mesmas condições. Aproximámo-nos um pouco no campeonato, foi bom e sinto-me preparado para assumir a luta", disse o nórdico.
Com um salto de cortar a respiração em Fafe, o francês levou os três pontos da "power stage" final, mas não estava totalmente satisfeito: "Tive outro furo, ou seja, dois. E apenas uma roda suplente. Um na primeira especial e outro antes da última. Felizmente ainda tínhamos ar para encher e deu para fazer a especial. Dei o máximo neste fim de semana. Sabia que a vitória não seria possível e disse que se estivesse no pódio seria óptimo."
Terceiro no ano passado, numa edição ganha pelo colega Jari-Matti Latvala, Mikkelsen trocou de posição no pódio com Sébastien Ogier, que já leva três ralis sem ganhar, algo que sucede pela primeira vez desde que chegou à Volkswagen em 2013.
Depois de ter perdido o lugar no pódio no sábado, dia em que sentiu dificuldade para encontrar estabilidade, o espanhol Dani Sordo terminou em quarto pela terceira vez seguida. Este domingo, optou por uma abordagem mais cautelosa, de forma a evitar que o Rali de Portugal fosse um fiasco absoluto para a Hyundai, depois dos abandonos de Haydden Paddon e do belga Thierry Neuville, que hoje voltou à estrada em "Rali 2".
O francês Eric Camilli (Ford Fiesta RS), uma das boas surpresas deste rali, concluiu na quinta posição, resistindo à pressão do finlandês Latvala, que este domingo, sem os problemas mecânicos que lhe aniquilaram a prova no sábado, recuperou quase um minuto relação ao jovem gaulês.
Miguel Campos (Skoda Fabia R5) foi o melhor português na edição de 2016 do Rali de Portugal, ao terminar a 15.52 minutos do vencedor, o britânico Kris Meek (Citroen DS3).
Entre os WRC2, o piloto de Famalicão entrou para o último dia do rali na luta por um lugar no pódio, mas acabou por comprometer o objectivo com uma escolha errada da afinação para a primeira classificativa do dia, que se apresentava com alguma lama após a chuva que caiu durante a noite.
Miguel Campos terminou no quinto lugar entre os WRC2, ainda assim um resultado dentro dos objetivos inicialmente traçados. "Muito satisfeito por ter sido ser o melhor português e acabar entre os seis primeiros no WRC2", disse no final.
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