A Produtores de Cinema Independente Associados (PCIA) repudiou hoje uma "mal disfarçada tentativa de intromissão" da direção nacional da PSP na produção da série "Causa Própria".
Uma associação de produtores de cinema apelou hoje à direção nacional da PSP para que colabore na produção da série televisiva "Causa Própria", mas sem qualquer contrapartida de intervenção no guião, que apelidam de censura.
Em comunicado, a Produtores de Cinema Independente Associados (PCIA) repudiou hoje uma "mal disfarçada tentativa de intromissão" da direção nacional da PSP na produção da série "Causa Própria", de Edgar Medina e Rui Cardoso Martins, para a RTP.
"A direcção nacional da PSP arrogar-se o direito de interferir em obras de criação e ficção, indo até ao ponto de sugerir diálogos e personagens 'alternativos'; não tem outra qualificação possível que não a de censura", acusou a associação.
O semanárioExpressonoticiou hoje que a PSP anulou uma entrega de fardas à produtora Arquipélago Filmes, que seriam usadas na série "Causa Própria", depois de o produtor e o argumentista terem recusado alterações ao argumento propostas pela direção nacional.
"Não compete à PSP pronunciar-se sobre o conteúdo dramático de uma série. É uma tentativa clara de censura e de condicionamento da criação artística", afirmou Edgar Medina ao Expresso.
A associação Produtores de Cinema Independente Associados, da qual a Arquipélago Filmes faz parte, exige que a direção nacional da Polícia de Segurança Pública reverta a decisão, recordando que a PSP, como outras forças de segurança, "têm sido desde sempre uma preciosa colaboração na produção de cinema e audiovisual".
Segundo a associação, é compreensível que a PSP "tenha conhecimento dos guiões das produções que solicitam a sua colaboração, para evitar a utilização da sua imagem em obras que incitem à violência ou façam apologia do racismo ou sejam de teor pornográfico".
Mas considera "absolutamente incompreensível" uma interferência de conteúdo.
"Como será a partir de agora possível abordar de forma realista problemas como a corrupção, o uso excessivo da força, a infiltração da extrema-direita ou a simples negligência, nas forças policiais?", pergunta a associação.
Para a associação, o recurso a equipamento ou fardamento na série "não conforme" à imagem oficial da PSP descredibiliza "totalmente o trabalho de produção cinematográfica e audiovisual".
"Causa Própria" é uma série de ficção sobre justiça, terá oito episódios, inspirada nas crónicas "Levante-se o réu", de Rui Cardoso Martins.
Produtores de cinema repudiam intromissão da PSP em produção de série
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.
O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.
Queria identificar estes textos por aquilo que, nos dias hoje, é uma mistura de radicalização à direita e muita, muita, muita ignorância que acha que tudo é "comunista"