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Saída de Francisca Carneiro Fernandes ocorre quase dois meses depois de a SÁBADO revelar o caso de uma cunha do antigo ministro da Cultura para a contratação de Aida Tavares. Duas diretoras artísticas alegam ter ficado sem funções durante meses e sido forçadas a sair
Francisca Carneiro Fernandes foi demitida do cargo de presidente do conselho de administração da Fundação Centro Cultural Belém, a entidade que gere o CCB. A decisão foi comunicada pela ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, no último dia útil antes de Francisca Carneiro Fernandes completar um ano no cargo. A partir de segunda-feira, a gestora não poderia ser dispensada sem o pagamento de uma indemnização.
A 2 de outubro, a SÁBADO escreveu um artigo onde era revelado o empenho pessoal do antigo ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, para que o CCB contratasse a gestora cultural Aida Tavares, apoiante do PS e de António Costa, para diretora artística sem passar por um concurso.
O caso começou em 2023, quando Elísio Summavielle, na altura presidente do CCB, foi confrontado por Pedro Adão e Silva com a sugestão de contratar Aida Tavares para a direção artística. "Foi uma hipótese que me foi aventada pela tutela", diz à SÁBADO Elísio Summavielle, que situa a reunião "em abril ou maio de 2023". Embora adiante que o ministro começou o assunto com a expressão "era interessante…", não quis concretizar, "por dever de reserva", os argumentos usados por Pedro Adão e Silva para justificar porque era "interessante" a contração de Aida Tavares para o CCB. Elísio Summavielle recusou a sugestão: "Disse que não." Justificou a Pedro Adão e Silva que o CCB já tinha uma pessoa a exercer esse cargo.
As coisas mudariam meses depois, a 6 outubro de 2023: Elísio Summavielle saiu a meio do mandato e para o seu lugar o ministro anunciou Francisca Carneiro Fernandes. A 27 de dezembro de 2023, Aida Tavares entrou no CCB como diretora de Artes Performativas e do Pensamento.
Não é claro se a nova presidente do CCB também recebeu uma recomendação do ministro da Cultura, ainda que confirme à SÁBADO que o assunto foi conversado. "A possibilidade da contratação da Dra. Aida Tavares foi, de facto, falada numa das várias reuniões tidas entre mim, enquanto presidente indigitada, e o então ministro da Cultura sobre os vários eixos do que, na opinião de ambos, deveria vir a ser o novo ciclo de vida do CCB."
Uma das primeiras tarefas de Aida Tavares foi definir o programa e o orçamento para concretizar uma ideia que o ministro apresentara a Francisca Carneiro Fernandes para o CCB fazer em 2024: um festival para assinalar o Dia Mundial da Língua Portuguesa (5 de maio). O orçamento definido para o que viria a chamar-se Festival FeLiCidade foi de €450 mil. Nessa altura, o Governo já estava demissionário e em gestão.
Como se revela nesse artigo da SÁBADO, Aida Tavares arregimentou amigos de longa data para o festival. E a sua entrada provocou alterações internas que levaram duas diretoras artísticas a ficarem sem funções durante meses e sido forçadas a sair, segundo alegaram à SÁBADO.
O novo presidente da Fundação CCB é o historiador de arte Nuno Vassallo e Silva. Contactada pela agência Lusa, Francisca Carneiro Fernandes mostrou-se "surpreendida com a decisão" da qual foi informada hoje à tarde.
Em nota de imprensa, o gabinete da ministra Dalila Rodrigues refere que a nomeação de Vassallo e Silva se justifica pela "necessidade de imprimir nova orientação à gestão da Fundação Centro Cultural de Belém, para garantir que a fundação assegura um serviço de âmbito nacional, participando num novo ciclo da vida cultural portuguesa".
"Tenho pena, acho que estávamos a fazer um bom trabalho que lamento não conseguir continuar", disse Francisca Carneiro Fernandes, que tinha tomado posse em dezembro de 2023, nomeada pelo anterior ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, e substituído na altura Elísio Summavielle.
Sem especificar quando é que Nuno Vassallo e Silva entra em funções, o Ministério da Cultura esclarece que os restantes elementos do Conselho de Administração da Fundação CCB se mantêm em funções.
Nuno Vassallo e Silva era diretor-adjunto do Museu Calouste Gulbenkian e, entre outras funções anteriores, foi Diretor-Geral do Património Cultural.
Doutorado em História de Arte, foi ainda Secretário de Estado da Cultura no XX Governo, liderado por Pedro Passos Coelho.
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