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PCP vai aprovar o Orçamento do Estado 2019. Mas com reservas

27 de outubro de 2018 às 08:47
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Os comunistas confirmaram que vão aprovar o Orçamento do Estado (OE2019), anunciando ainda que serão reivindicadas alterações na especialidade.

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, reconheceu na sexta-feira à noite haver passos positivos na proposta de Orçamento do Estado para 2019, que o PCP vai viabilizar, mas exigirá a introdução de alterações na discussão na especialidade.

"Se há passos positivos nesta proposta de Orçamento [do Estado], também não se pode iludir um conjunto de medidas que o Governo se recusa a adoptar pelas opções políticas e orçamentais que assume", afirmou Jerónimo de Sousa, que quer "consideradas propostas" aquando da discussão na especialidade.

Num jantar comício em Alcobaça, distrito de Leiria, o secretário-geral do PCP explicou que, entre as propostas, estão "novos avanços no plano do IRS", como o "aumento do mínimo de existência e o alargamento do número de escalões" a par com o aumento da "taxação do grande capital, seja do património imobiliário de elevado valor, seja por via de novos passos da derrama estadual".

O PCP vai defender, ainda, o "alargamento do abono de família, das prestações para a deficiência" e pelo "reforço dos regimes de protecção social de profissões de desgaste rápido, como os mineiros".

"A redução dos custos da energia elétrica" vai ser, igualmente, outra das batalhas do PCP que pretende alcançar uma expressiva "redução da factura energética das famílias e empresas", referiu Jerónimo de Sousa.

É com o objectivo de "assegurar estes e outros novos passos que dêem expressão e resposta a legítimas expectativas dos portugueses" que o PCP intervirá para que, "na especialidade, se introduzam ainda alterações que ultrapassem o carácter limitado de muitas opções da proposta de Orçamento", afirmou o secretário-geral do PCP perante mais de 400 militantes.

A introdução de alterações à actual proposta de Orçamento do Estado é "um combate" que o PCP não desiste de travar durante a fase de discussão na especialidade" do documento, que foi também o mote para Jerónimo de Sousa criticar os partidos de direita.

Num dia, "o Orçamento era uma orgia eleitoralista, um bodo aos eleitores, no outro era o apoucar de cada medida anunciada" disse, acusando o PSD e CDS de "demagogia" e "despudor".

No discurso, Jerónimo de Sousa lançou ainda críticas a Assunção Cristas (líder do CDS) que "não se cansa de repetir a lengalenga do 'dá com uma mão e tira com outra'", instando-a a lembrar-se de que "foi ministra de um governo que em cada um dos seus orçamentos não foi só com uma mão que tirou", mas, sim, "com duas mãos e à pazada".

"O que lhes dói [aos partidos de direita] e o que os faz destilar em ódio e cegueira anticomunista - como vamos vendo na campanha que movem contra o PCP é o facto de até hoje não terem conseguido interromper o caminho de devolução, reposição e conquista de direitos e rendimentos", salientou, reivindicando para o PCP um papel decisivo nesta matéria.

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