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Passos diz que Grécia não foi discriminada e até teve tratamento mais flexível

26 de junho de 2015 às 15:47
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O primeiro-ministro rejeita a ideia de "uma discriminação negativa em relação à Grécia" e refere que o os gregos abandonaram largamente as medidas do segundo programa

O primeiro-ministro considerou hoje que as queixas da Grécia sobre alegadas diferenças de tratamento por parte dos credores comparativamente a Portugal e à Irlanda são "uma falsa questão", pois Atenas tem beneficiado de uma "flexibilidade muito maior".

 

Numa conferência de imprensa no final de um Conselho Europeu que ficou marcado pelo impasse em torno das negociações entre o governo grego e os credores, o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, disse ainda esperar que a reunião do Eurogrupo de sábado permita finalmente encerrar o longo processo negocial, e apontou que a "diferença significativa" que subsiste entre as partes nas negociações é que "continua a não existir uma dimensão estrutural" no programa de medidas que a Grécia deve adoptar.

 

Relativamente aos comentários de quarta-feira do primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, que lamentou a "repetida rejeição" de medidas propostas por Atenas aos seus credores com peso equivalente em termos orçamentais, apontando que tal "nunca aconteceu com Irlanda nem Portugal", Passos Coelho comentou que "isso é uma falsa questão".

 

"Nem a Irlanda nem Portugal beneficiaram de tal flexibilidade nas negociações com a 'troika'. Tudo aquilo que eram objectivos que estavam no segundo programa da Grécia foram largamente abandonados. Não foram marginalmente alterados, como foi no nosso caso, foram largamente abandonados", enfatizou.

 

Rejeitando assim a ideia de "uma discriminação negativa em relação à Grécia", Passos Coelho opinou que, "antes pelo contrário", até é possível constatar que, "tem havido, por razões que são compreensíveis, pois a Grécia tem revelado outros problemas, uma flexibilidade muito maior do que aquela que existiu" com os casos de Portugal e Irlanda.

 

"Não creio que seja possível ser mais flexível" com a Grécia, disse, referindo-se àquilo que foi transmitido aos líderes europeus pelas instituições quanto ao actual estado das negociações, que permanecem num impasse.

 

Segundo o primeiro-ministro, "o problema não está exactamente no valor financeiro associado às medidas que estarão a ser negociadas, embora haja aí ainda alguma divergência", mas "a diferença que é significativa é que, face à grande flexibilidade que já foi adoptada pelas instituições, continua a não existir uma dimensão estrutural no programa que possa antever acreditar junto dos mercados e dos cidadãos de que o programa possa ser cumprido satisfatoriamente".

 

Passos Coelho indicou que as "instituições estão muito firmes quanto à ideia de que, sem uma dimensão estrutural adequada e sem estabilidade financeira, a questão orçamental só por si não resolverá a situação da recuperação da economia grega".

 

"O que as instituições nos comunicaram é que trabalhavam com a possibilidade de haver extensão de seis meses do programa que habilitasse a endereçar devidamente esses problemas. Se forem bem respondidos, então haverá abertura para que outros aspectos possam vir a ser considerados no fim desse prazo, quer no que respeita à sustentabilidade da dívida, quer no que respeita à garantia de financiamento ulterior se isso for necessário", disse, insistindo no entanto que é necessário "primeiro fechar um programa que faça sentido".

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