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Marcelo na Ucrânia: "Uma justiça tardia não é justiça"

Presidente da República visitou Bucha e na quinta-feira encontra-se com Volodymyr Zelensky. O que aconteceu em Bucha "foi muito forte, muito chocante, muito desumano", defendeu.

O Presidente da República português alertou hoje, na cidade ucraniana de Bucha, que "uma justiça tardia não é justiça" e prometeu o apoio de Portugal nas investigações do crime de agressão.

António Pedro Santos/LUSA

Marcelo Rebelo de Sousa visitou a Igreja de Santo André, em Bucha, localidade nos arredores de Kiev que nos primeiros dias da invasão foi ocupada por tropas russas.

Um mês depois dessa ocupação, as Forças Armadas ucranianas reconquistaram Bucha e destaparam os horrores que ocupação russa deixou.

No adro desta igreja foi encontrada uma vala comum com 190 corpos.

"Justiça tardia não é justiça", advogou Marcelo Rebelo de Sousa, depois de uma cerimónia para homenagear as vítimas e de uma visita à exposição no interior da igreja que documentou a descoberta dos corpos, acompanhado pelo procurador-geral da Ucrânia, Andriy Kostin.

A Ucrânia está a equacionar a criação de um tribunal para julgar o crime de agressão.

O processo "envolve muitos países e Portugal tem estado envolvido", acrescentou o chefe de Estado português.

"Não há precedentes com sucesso rápido", considerou o Presidente da República, opinando que Portugal pode ajudar a fazer com que seja realidade.

Na opinião do Presidente da República, o que aconteceu em Bucha "foi muito forte, muito chocante, muito desumano", adiantando: "aquele choque inicial passado este tempo todo não perdeu força".

"Podemos fazer isso, podemos apoiar nas investigações", respondeu o ministro dos Negócios Estrangeiros perante o apelo do procurador-geral ucraniano.

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