Candidato diz que decisão de convocar Conselho de Estado para 9 de janeiro "não é muito congruente" com o facto de não fazer discurso de Ano Novo.
O candidato presidencial Cotrim Figueiredo classificou este domingo como "um pouco atabalhoado" o final de mandato do Presidente da República, comentando a decisão de Marcelo Rebelo de Sousa de marcar para 9 de janeiro do Conselho de Estado.
Cotrim de Figueiredo comentou fim do mandato do atual Presidente da RepúblicaDR
"Esta decisão não é muito congruente com o facto de o senhor Presidente ter optado por não fazer o discurso de Ano Novo com o pretexto de não querer interferir nas eleições presidenciais e depois fazer esta convocatória do Conselho de Estado", disse Cotrim Figueiredo, que falava aos jornalistas à margem de uma visita à Feira dos 28, em Aveiro.
O candidato presidencial comentou assim a decisão de Marcelo Rebelo de Sousa de ter escolhido a data de 09 de janeiro, a dez dias das eleições presidenciais, para a realização de um Conselho de Estado para analisar a situação internacional.
Cotrim disse que se estivesse no lugar de Marcelo esperaria pela segunda volta das eleições presidenciais para fazer o Conselho de Estado até porque, no seu entender, a matéria que irá ali ser discutida "não parece ter necessidade de decisões prementes".
Considerou ainda haver aqui "uma tentativa de compensação" por parte do Chefe de Estado, realçando a coincidência de esta decisão ter surgido numa altura em que se falava de "descoordenação política entre o primeiro-ministro e o Presidente da República na sequência da visita de Luís Montenegro à Ucrânia".
"Não me parece oportuno de facto e é assim um final de mandato um pouco atabalhoado da parte do Presidente", observou.
O candidato presidencial e eurodeputado da IL sustentou que se Marcelo não quer interferir nas eleições presidenciais, então "não faça nenhum dos eventos, nem o discurso do fim de ano, nem o Conselho de Estado".
"Incongruências é que parece um pouco errático. Ou não faz nenhum ou faz os dois (...) Eu critico é fazer uma coisa e deixar de fazer outra com o mesmo argumento. Isso é que eu acho que me dá a ideia de alguma desorientação", concluiu.
Cotrim sublinhou ainda que este ano os portugueses precisam particularmente da mensagem de Ano Novo do Presidente da República, uma vez que será o último ano que passa em Belém, e até deixou algumas pistas para os temas que escolheria: "Eu falaria claramente do futuro e da confiança que os portugueses devem ter nas suas capacidades e na possibilidade que têm de ultrapassar os problemas que esse futuro trará, porque estará também cheio de oportunidades. Falaria muito de confiança, mas prepararia os portugueses para terem que lutar para que essa confiança tenha um impacto positivo".
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