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Costa: Portugal acompanhará reforço de tropas de "forma adequada às suas circunstâncias"

A NATO vai aprovar nesta cimeira o reforço da sua presença em países do leste europeu e das tropas em prontidão, neste caso, de 40 mil para mais de 300 mil militares.

O primeiro-ministro, António Costa, disse hoje que Portugal participará de "forma adequada às circunstâncias" do país no anunciado reforço de tropas da NATO.

"Aguardamos que o comando da NATO faça uma precisão da distribuição das capacidades que são necessárias e da nossa contribuição", afirmou António Costa à chegada à cimeira da NATO que arranca hoje em Madrid.

A NATO vai aprovar nesta cimeirao reforço da sua presença em países do leste europeu e das tropas em prontidão, neste caso, de 40 mil para mais de 300 mil militares, segundo o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês), Jens Stoltenberg.

António Costa sublinhou que este aumento de oito vezes das tropas em prontidão é um aumento global e "não quer dizer que cada país aumente oito vezes a sua disponibilidade".

"Nós participaremos da forma adequada àquilo que são as nossas circunstâncias e ao forte reforço que temos vindo a fazer ao longo dos anos, que iremos prosseguir, tendo em vista cumprir os objetivos que em 2014 foram assumidos para reforço do nosso investimento em defesa", afirmou.

O primeiro-ministro lembrou que Portugal tem "incrementado bastante" este ano a participação em forças nacionais destacadas no âmbito da NATO

"Este ano temos uma forte presença na Roménia, vamos continuar seguramente a ter e acompanharemos esse reforço", afirmou.

Em setembro de 2014, poucos meses após a anexação da região ucraniana da Crimeia pela Rússia, os líderes da NATO, reunidos em cimeira no País de Gales, traçaram a meta de destinarem 2% dos respetivos Produtos Internos Bruto (PIB) à Defesa.

O primeiro-ministro afirmou hoje que Portugal não se pode "objetivamente comprometer" com uma data para atingir a meta de 2% do PIB, afirmando que o país só assume "compromissos que pode cumprir".

"Nós assumimos compromissos que sabemos que podemos cumprir. (...) De uma forma séria, não podemos objetivamente comprometer-nos com uma data [para atingir os 2% do PIB destinados à Defesa], atenta a situação de incerteza que a economia global está a viver, com um enorme crescimento da inflação, com uma pressão sobre as taxas de juros e a grande determinação que temos de uma forte redução da nossa dívida pública", afirmou António Costa.

António Costa afirmou que "Portugal, neste momento, vai cumprir para o ano o objetivo que tinha assumido, por escrito, para 2024: atingir 1,66% do Produto Interno Bruto" destinado à Defesa.

Segundo o primeiro-ministro, quando Portugal assumiu, em 2018, o compromisso de atingir esses 1,66% em 2024, tinha ficado definido que poderia chegar aos 1,98% no mesmo ano caso fossem disponibilizados os "recursos comunitários" que estavam previstos.

"Aqueles que estavam previstos na altura deixaram de existir. Sabemos que já não existem, estão em discussão novos. Se vierem novos, as coisas podem-se alterar. Não se alterando, nós podemos ter um compromisso [para], relativamente ao longo da década, convergir para esse objetivo", frisou.

Urbanista

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