Esta situação não implica o encerramento de maternidades, aponta coordenador. Comissão assinala que faltam 200 especialistas em obstetrícia e ginecologia.
A concentração de urgências e blocos de partos é uma das propostas do documento que a comissão de acompanhamento de resposta em urgência de Ginecologia/ Obstetrícia vai entregar no sábado ao Governo, disse hoje à Lusa o seu coordenador.
CM
A possibilidade de haver a junção de alguns serviços com a concentração das urgências de obstetrícia e ginecologia e blocos de partos foi acordada na quarta-feira numa reunião da Comissão de Acompanhamento de Resposta em Urgência de Ginecologia, Obstetrícia e Bloco de Parto, adiantou Diogo Ayres de Campos.
O coordenador explicou que esta situação não implica o encerramento de maternidades: "Pode na mesma funcionar em determinado hospital consultas e internamento, mas a urgência e o bloco de partos desse hospital será num hospital ao lado".
A proposta faz parte do relatório de revisão da rede de urgências de obstetrícia e blocos de parto, cujos "aspetos principais" ficaram concluídos na quarta-feira à noite na reunião da comissão constituída por seis elementos, designadamente o coordenador nacional e outros cinco clínicos em representação de cada região do país.
"Ficaram apenas alguns aspetos de edição para terminar até sexta-feira à meia-noite", disse, acrescentando que vai estar pronto para entregar no sábado ao Ministério da Saúde".
O documento resultou de vários estudos feitos pela comissão e do levantamento da situação atual nesta área, disse, referindo como a situação "mais gritante" deste levantamento "a ausência de médicos e enfermeiros especialistas nalguns hospitais do SNS".
Segundo o especialista, a situação é mais grave nos hospitais do interior de Portugal, distanciados dos grandes centros, mas também nalguns hospitais da região de Lisboa e Vale do Tejo, em todos os hospitais com maternidade no Alentejo e também nos do Algarve.
"Nalguns hospitais a falta de médicos é aflitiva. Noutros, a situação está mais equilibrada e é possível manter toda atividade", mas sobretudo há "uma assimetria enorme" nos hospitais destas regiões em que "a situação é muito preocupante".
Diogo Ayres de Campos adiantou que existem cerca de 800 especialistas em obstetrícia e ginecologia em Portugal continental no Serviço Nacional de Saúde, sendo necessários mais cerca de 200.
"Este levantamento foi feito com base em dados de julho deste ano e, entretanto, já saíram alguns médicos sobretudo da região de Lisboa e Vale do Tejo", revelou, adiantando que estes números de especialistas necessários também têm em consideração a perda nos próximos tempos de alguns médicos do SNS para a medicina privada.
Questionado se o documento contém propostas para atrair médicos para o SNS, Diogo Ayres de Campos disse que existem algumas propostas genéricas, porque é um assunto entre o Governo e os sindicatos.
A comissão de Acompanhamento foi criada em junho pela ex-ministra da Saúde, Marta Temido, na sequência de encerramentos temporários de serviços de urgência de obstetrícia e ginecologia e bloco de partos de vários pontos do país devido à dificuldade dos hospitais em completarem as escalas de serviço de médicos especialistas.
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
A escola é um espaço seguro, natural e cientificamente fundamentado para um diálogo sobre a sexualidade, a par de outros temas. E isto é especialmente essencial para milhares de jovens, para quem a escola é o sítio onde encontram a única oportunidade para abordarem múltiplos temas de forma construtiva.
O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.
O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.