Grupo de media reconheceu que os seus investigadores particulares e jornalistas piratearam o telemóvel do príncipe Harry enquanto o vigiavam e fizeram ainda uso indevido de informações privadas. Caso judicial chegou agora ao fim com acordo entre as partes.
O príncipe Harry conseguiu esta quarta-feira, 22, uma vitória "monumental" depois de os tabloides do News Group Newspapers terem feito um pedido de desculpas por se terem intrometido na sua vida durante anos e concordarem pagar uma indemnização para pôr um ponto final no processo instaurado por invasão de privacidade.
REUTERS/Toby Melville
O grupo detido por Rupert Murdoch reconheceu que os seus investigadores particulares e jornalistas hackearam o telemóvel de Harry enquanto o vigiavam e fizeram ainda uso indevido de informações privadas.
A declaração lida esta quarta-feira no Tribunal da Relação de Londres pelo advogado de Harry, David Sherborne, revela que o grupo reconheceu ainda a intromissão na vida da princesa Diana, mãe de Harry e William, e o impacto que isso teve na família real britânica: "Reconhecemos e pedimos desculpas pelo sofrimento causado ao duque e pelos danos infligidos aos relacionamentos, amizades e família", refere o comunicado.
O News Group Newspapers concordou ainda em "pagar uma indemnização substancial" e disse que este acordo "traça um fim ao passado".
Anteriormente já tinham reconhecido que os telefones foram pirateados pelos funcionários do News of the World, jornal semanal que foi encerrado em 2011 devido a um escândalo relacionado com suspeitas de espionagem. Ainda assim esta é a primeira vez que a empresa admitiu que também foram cometidas irregularidades dentro do The Sun.
O julgamento de Harry, que prometeu expor publicamente os delitos do The Sun, deveria ter começado ontem, terça-feira, mas foi adiado devido às negociações de última hora que originaram o anúncio deste acordo.
O advogado de Harry considerou que a admissão de culpa por parte do News Group Newspapers é também importante tendo em conta "as centenas de outros visados que foram forçados a fazer um acordo sem conseguir descobrir a verdade sobre o que lhes foi feito". Vale a pena notar que o príncipe Harry e Tom Watson, ex-deputado do Partido Trabalhista, eram os únicos queixosos que mantinham o processo contra o grupo de media, apesar de no início terem sido mais de 1.300 queixosos.
A luta legal entre Harry e News Group Newspapers é antiga e remonta à sua juventude, altura em que os jornais estavam sempre à procura de informações sobre a sua vida pessoal, como as suas namoradas e o consumo de drogas. Harry também foi sempre muito vocal contra a perseguição constante que os tabloides fizeram à sua mãe, defendendo que os meios de comunicação foram os culpados pela sua morte, num acidente de carro enquanto era perseguida por paparazzi, em 1997.
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