Sábado – Pense por si

Neige Sinno: "Tinha medo de ser simplesmente 'a vítima de incesto que vai à televisão'"

Entre os 7 e os 14 anos Neige foi abusada regularmente pelo padrasto. Quando atingiu a maturidade decidiu não calar mais a violência, foi a tribunal e deixou a França. Depois escreveu "Triste Tigre".

Triste Tigre foi publicado em Portugal em setembro de 2024, mas no ano anterior foi o livro mais vendido em França. Venceu os prémios Femina, o Prémio das Leitoras da Elle, o Strega Europeo, o prémio Le Monde e o Goncourt des Lycéens atribuído por jovens estudantes adolescentes, isto em 2023. Depois continuou o seu caminho no estrangeiro. Um verdadeiro fenómeno à volta deste texto híbrido que mistura biografia, ensaio e reflexão, num estilo seco que fala muitas vezes diretamente com o leitor que tem o livro nas mãos. 

D.R.

No teu livro Triste Tigre dizes várias vezes que sempre soubeste que a tua vida seria passada a escrever, seria esse o teu caminho. Dizes também muitas vezes que a escrita não te salvou, mas será que podemos dizer que a escrita te colocou num determinado caminho?

Sim, é verdade que digo isso, que a escrita não me salvou no sentido de ter ultrapassado um trauma, porque acho ser exagerado. É um daqueles clichés, essa ideia romântica de que quem faz arte está automaticamente salvo. É um pouco redutor dizer "a literatura salvou-me", "a arte salvou-me", "o amor salvou-me". O que me incomodava nisso é a ideia de que isso diminui a gravidade do que se viveu. Eu percebo que há pessoas que se sentem salvas e acho isso ótimo, mas eu própria não me sinto salva. Eu não estou salva. Mas tive sorte em ter uma paixão desde muito jovem.

Leia a entrevista completa na Máxima

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