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Gary Glitter libertado a meio da sentença por abusos sexuais a menores

Quando, em 2015, foi declarado culpado, o juiz Alistar McCreath considerou que não existia "nenhuma evidência real" de que o cantor se havia redimido pelos seus crimes.

Gary Glitter, uma das maiores estrelas da música na década de 1970, foi condenado em 2015 depois de um julgamento em que era acusado por tentativa de violação, práticas sexuais com uma menor de 13 anos e quatro acusações de agressões.

REUTERS/Toby Melville

Um porta-voz do Ministério da Justiça dos Estados Unidos afirmou à BBC que Paul Gadd, cujo nome artístico é Gary Glitter, vai ficar sujeito a monitorização apertada por parte dos inspetores de liberdade condicional.

Gary Glitter estava no auge da sua carreira e fama quando depois de convidar duas crianças com 12 e 13 anos para irem ao seu camarim, as atacou. Mais tarde soube-se que a sua vítima mais nova tinha menos de 10 anos quando, em 1975, Gary Glitter entrou na sua cama e a tentou violar.

Desde 2015 que o cantor está numa prisão de categoria C de baixa segurança em Portland e agora vai ser libertado, tendo cumprido metade da sentença. Segundo um porta-voz do Ministério da Justiça os "criminosos sexuais como Paul Gadd são monitorizados de perto" pela polícia e pelos oficiais de liberdade condicional uma vez que "enfrentam algumas condições de licença mais rígidas", se estas condições forem infringidas pode regressar à prisão.

Entre estas condições encontra-se ser obrigado a comparecer em reuniões oficiais de liberdade condicional, necessidade de solicitar autorização para viajar, impedimento de contacto não supervisionado com crianças e restrições na utilização da internet.

Quando, em 2015, foi declarado culpado, o juiz Alistar McCreath considerou que não existia "nenhuma evidência real" de que o cantor se havia redimido dos seus crimes. Durante o julgamento, Gary Glitter demorou três semanas até admitir que era culpado.

O juiz descreveu ainda o abuso da menina de 10 anos como algo "terrível" e "impróprio" e considerou que Gary Glitter tinha "causado danos reais e duradouros por nenhuma outra razão senão obter gratificação pessoal para si mesmo".

Antes desta condenação, a estrela pop já tinha estado presa durante quatro meses em 1999 depois de admitir que possuía milhares de imagens de pornografia infantil, muitas delas relativas a abusos. Em 2002 também tinha sido expulso do Camboja devido a acusações de crimes sexuais.

Em março de 2006 voltou a passar dois anos e meio na prisão depois de ser condenado por abusar sexualmente de duas crianças no Vietname.

Paul Gadd não vai ver o seu nome adicionado ao registo de criminosos sexuais pelos crimes que cometeu, uma vez que esses crimes ocorreram antes da introdução do registo. No entanto, quando regressou ao Reino Unido em 2008 foi obrigado a assinar o registo de criminosos sexuais.

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