O ministro das Infraestruturas demitiu-se depois da polémica gerada entre ele e o ex-adjunto Frederico Pinheiro, em torno do caso TAP.
João Galamba apresentou a demissão. O ministro das Infraestruturas demitiu-se depois de uma reunião com António Costa esta terça-feira. João Galamba nega ter alguma vez querido ocultar documentação à comissão parlamentar de inquérito à TAP, algo de que é acusado pelo ex-adjunto Frederico Pinheiro.
JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA
O primeiro-ministro vai dirigir-se ao País às 20h45.
João Galamba recordou ainda que membros do seu gabinete foram alvo de agressões, por parte de Frederico Pinheiro. Tinha assumido a pasta em janeiro, após a saída de Pedro Nuno Santos na sequência da revelação da indemnização paga à ex-administradora da TAP Alexandra Reis.
Os últimos dias foram marcados pelos relatos do episódio de violência dentro do Ministério da Infraestruturas, sobre a intervenção do SIS neste caso e, ainda, no que se refere às contradições entre a versão de João Galamba e do seu ex-assessor, que acusa o ministro de ter tentado esconder documentos da Comissão de Inquérito da TAP.
Marcelo Rebelo de Sousa, que hoje tinha reunido com António Costa, tinha manifestado que esperava a saída de João Galamba do Governo.
Leia o comunicado na íntegra:
"Comunico que apresentei, agora mesmo, o meu pedido de demissão ao Senhor Primeiro-Ministro.
No atual quadro de perceção criado na opinião pública, apresento o meu pedido de demissão em prol da necessária tranquilidade institucional, valor pelo qual sempre pautei o meu comportamento e ação pública enquanto membro do Governo.
Numa altura em que o ruído se sobrepõe aos factos, à verdade e à essência da governação, é fulcral reafirmar que esta Área Governativa, que me orgulho de ter liderado, nunca procurou ocultar qualquer facto ou documento.
Demito-me apesar de em momento algum ter agido em desconformidade com a lei ou contra o interesse público que sempre promovi e defendi na minha atuação enquanto governante, tal como foi, detalhada e publicamente, reconhecido pelo Senhor Primeiro-Ministro.
Reitero todos os factos que apresentei em conferência de imprensa sobre os acontecimentos ocorridos e reafirmo que sempre entreguei à Comissão Parlamentar de Inquérito à TAP toda a documentação de que dispunha.
Considero que a preservação da dignidade e a imagem das instituições é um bem essencial que importa salvaguardar, tal como a minha dignidade, a da minha família e a das pessoas que comigo trabalharam no Gabinete e que foram nestes últimos dias gravemente afetadas.
Agradeço ao Senhor Primeiro-Ministro a honra de me ter permitido participar no seu Governo e agradeço ao Senhor Secretário de Estado das Infraestruturas e ao meu Gabinete todo o trabalho e dedicação que colocaram ao serviço do interesse público.
Por fim, apresento as minhas desculpas à minha Chefe do Gabinete e às minhas assessoras de imprensa que mesmo sob agressão tudo fizeram para proteger os interesses do Estado e que viram, nestes últimos dias e de modo insustentável num Estado de Direito, a sua dignidade afetada."
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