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Repórter SÁBADO. As mulheres que denunciam Boaventura de Sousa Santos

Cláudia Rosenbusch
Cláudia Rosenbusch 16 de novembro de 2024 às 12:28

São mais de uma dezena e “chegaram-se à frente” quando o sociólogo e fundador do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra negou os primeiros relatos de abusos publicados no ano passado em livro. A SÁBADO ouviu os relatos de assédio moral, assédio e abuso sexual que garantem ter vivido no CES.

Se há pessoa que conhece bem o sociólogo Boaventura de Sousa Santos, essa pessoa é Sara Araújo, 44 anos, investigadora do Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra. "Ele tem os dois lados. Se Boaventura quiser ser agradável para alguém porque precisa de alguma coisa dessa pessoa, ele consegue ser a pessoa mais agradável. Por isso, é que no caso dos movimentos sociais, as pessoas tinham a imagem de que Boaventura era um ser humano extraordinário", diz. O outro lado é bem mais difícil de digerir: "Admitirmos que a pessoa que nós vemos como mentor é um abusador sexual, é um ato sem retorno. É onde estou agora", confessa.

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Há alturas na vida de uma pessoa em que não vale a pena esperar mais por algo que se desejou muito, mas nunca veio. Na vida dos povos é um pouco assim também. Chegou o momento de nós, europeus, percebermos que é preciso dizer "adeus" à América. A esta América de Trump, claro. Sim, continua a haver uma América boa, cosmopolita, que gosta da democracia liberal, que compreende a vantagem da ligação à UE. Sucede que não sabemos se essa América certa (e, essa sim, grande e forte) vai voltar. Esperem o pior. Porque é provável que o pior esteja a chegar.