O líder do Chega disse que a sua casa de 30 metros quadrados que "não é um palacete". Afinal, nem a casa é sua (é da mulher), tem 74 metros quadrados —e está inserido num condomínio de luxo com piscina e garagem.
"A minha casa tem 30 metros quadrados, não é um palacete como os do Bloco." A frase é de André Ventura, deputado e líder do Chega, no debate com a coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua. Problema: nem a casa é de Ventura, nem tem 30 metros quadrados, nem é assim tão pobre como dá a entender. Inserido no condomínio privado de luxo Metrocity, Parque das Nações, com segurança 24h, vista para o Tejo, piscina e jardim para residentes, é um T1 da mulher comprado em 2009, antes de se casarem em comunhão de adquiridos, segundo o registo predial consultado pelaSÁBADOesta terça-feira — e não tem 30 metros quadrados, mas sim 74 de área bruta.
Pedro Ferreira /Correio da Manhã
A informação do tamanho da casa, avançada pelo Observador, foi confirmada pela SÁBADO, através de informação que consta nas Finanças. A informação corresponde à retificação feita pelo próprio deputado do Chega: "Tem 70 [metros quadrados] na verdade, eu é que me enganei ontem", disse. Júlia Pinheiro respondeu: "Agora fiquei tão chocada, o André mentiu."
A casa não constava no registo de interesses de André Ventura — nem precisava de estar. Adquirida em 2009 por Dina Nunes, ainda solteira, a casa foi vendida nova por 201 mil euros, refere a escritura, consultada pela SÁBADO. Segundo a descrição, tem um lugar de estacionamento na garagem e uma arrecadação. Com a ajuda dos pais como fiadores, Dina Ventura recorreu ainda a um crédito habitação da Barclays, no valor de 164 mil euros.
Em 16 anos, o prédio terá duplicado o valor. À data do fecho deste artigo, um T1 no mesmo condomínio privado estava à venda por 450 mil euros, mas com 90 metros quadrados.
DR
Depois da casa de Luís Montenegro, primeiro-ministro e líder do PSD, e Pedro Nuno Santos, secretário-geral do PS, terem estado no centro da discussão, era foi a vez de André Ventura.
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O espaço lusófono não se pode resignar a ver uma das suas democracias ser corroída perante a total desatenção da opinião pública e inação da classe política.
É muito evidente que hoje, em 2025, há mais terraplanistas, sim, pessoas que acreditam que a Terra é plana e não redonda, do que em 1925, por exemplo, ou bem lá para trás. O que os terraplanistas estão a fazer é basicamente dizer: eu não concordo com o facto de a terra ser redonda.
O regresso de Ventura ao modo agressivo não é um episódio. É pensado e planeado e é o trilho de sobrevivência e eventual crescimento numa travessia que pode ser mais longa do que o antecipado. E que o desejado. Por isso, vai invocar muitos salazares até lá.