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Trabalhadores da Cervejaria Galiza do Porto receberam parte do salário de outubro

Trabalhadores dormiram várias noites nas instalações para impedir a retirada do equipamento pela proprietária da cervejaria. Em causa estava também o pagamento do subsídio de Natal de 2018 e da segunda tranche do salário deste mês.

O Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria informou hoje que "os bons resultados das receitas diárias" desde que se iniciou o protesto do trabalhadores da Cervejaria Galiza, Porto, já permitiu pagar uma parte do salário de outubro.

"A manter-se esta boa ocupação, os trabalhadores poderão receber a totalidade do salário de outubro nos próximos dias", refere o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte em comunicado, no qual indica que está marcada para terça-feira uma reunião no Ministério do Trabalho com a gerência da Cervejaria Galiza.

Os trabalhadores dormiram várias noites nas instalações para impedir a retirada do equipamento pela proprietária da cervejaria. Em causa estava também o pagamento do subsídio de Natal de 2018 e da segunda tranche do salário deste mês.

A Cervejaria Galiza manteve, contudo, a sua atividade normal, tendo-se verificado "um aumento muito significativo de clientes desde que [na terça-feira] foi reaberta por força e ação determinada dos trabalhadores", refere o sindicato.

"Ontem [sexta-feira], ao jantar, este restaurante esteve completamente cheio, tendo-se verificado uma fila de clientes à porta por falta de lugares sentados como há muitos anos não se verificava", sublinha.

De acordo com o Sindicato, nestes "dias difíceis" para estes trabalhadores, "também figuras nacionais da cultura e da política foram à Galiza almoçar ou jantar, com o único propósito de manifestarem a sua solidariedade a estes trabalhadores".

"A manter-se esta boa ocupação, os trabalhadores poderão receber a totalidade do salário de outubro nos próximos dias", acrescenta.

Há precisamente uma semana, os 25 trabalhadores da cervejaria cumpriram um dia de greve em protesto contra os atrasos nos pagamentos das remunerações.

O principal motivo da greve, segundo o sindicato, deveu-se ao facto de a empresa "não ter cumprido o acordo de pagar em julho o subsídio de Natal, decidido numa reunião no Ministério do Trabalho, nem, depois, em outubro, como posteriormente ficou combinado".

Depois de "a gerência ter deixado ao abandono o restaurante", há quatro anos, a empresa entrou em dificuldades e as dívidas ao fisco e à Segurança Social "chegaram aos dois milhões de euros", sublinhou o sindicalista.

A tentativa de resolver o problema passou pelo recurso a um Processo Especial de Revitalização (PER), aceite pelo Tribunal do Comércio de Vila Nova de Gaia, e pela chegada de um gestor.

Fundada a 29 de julho de 1972, a cervejaria detida pela empresa Atividades Hoteleiras da Galiza Portuense é uma das referências do Porto no setor da restauração.

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