O deputado socialista Tiago Barbosa Ribeiro recusou-se a falar sobre a mensagem escrita que terá recebido do ex-ministro Azeredo Lopes referente ao caso de Tancos.
Em declarações aos jornalistas no final de uma visita à Adega Cooperativa de Monção, Rui Rio voltou a recusar estar a tirar outras ilações sem ser políticas neste caso e, questionado, se não está a presumir que o antigo ministro da Defesa é culpado antes de ser julgado, invocou o SMS que o Ministério Público (MP) diz que o deputado socialista Tiago Barbosa Ribeiro terá recebido de Azeredo Lopes, em que este assumia que sabia que ia ser recuperado o material furtado na base militar de Tancos.
"Para eu não dizer isso, é preciso que o deputado do PS venha a público esclarecer que o SMS que recebeu do então ministro da Defesa não existe e foi inventado pelo Ministério Público, se disser isso eu aí tenho de raciocinar de forma completamente diferente", afirmou.
O líder do PSD considerou que, até agora, apenas viu Tiago Barbosa Ribeiro "meter os pés pelas mãos", dizendo que se "percebe claramente que o Ministério Público não inventou a SMS".
"Ninguém pode fazer de conta que não vê um SMS que é clarinho como água, ou vem dizer que aquilo é mentira, que o Ministério Público inventou, ou então é como digo: o PS tem demonstrado um crescente desnorte", acusou, recusando estar a fazer "julgamentos a seja quem for".
No domingo, à margem de uma ação de campanha em Gaia, o deputado socialista Tiago Barbosa Ribeiro recusou-se a falar sobre a mensagem escrita que terá recebido do ex-ministro Azeredo Lopes referente ao caso de Tancos, frisando que não foi contactado por nenhuma autoridade policial ou judicial.
Sobre as críticas que lhe foram feitas pelo líder do PS, António Costa - que em entrevista à RTP o acusou de fazer "insinuações lamentáveis" e de ver "conspirações" em todo o lado - Rio respondeu que foi o PS que colocou no jornal que haveria uma conspiração no MP para prejudicar os socialistas e acusou este partido de sobre si dizer "não mentiras, mas as habituais meias verdades".
"O PS escusa de estar muito preocupado com o caso Tancos, já dissemos todos o que tínhamos a dizer, se eu aqui estou a falar é para comentar o que o PS está a dizer. Se o PS quer tirar Tancos da campanha já teve oportunidade de o tirar, o PS quando quiser deixa de falar em Tancos", afirmou.
De acordo com o despacho do Ministério Público, divulgado quinta-feira, Tiago Barbosa Ribeiro enviou, no dia em que foi conhecida a recuperação do material, um SMS para Azeredo Lopes a dizer "Parabéns pela recuperação do armamento, grande alívio,..! Não te quis chatear hoje".
A resposta do ex-ministro da Defesa chegou às 15.53 horas do mesmo dia, também por SMS, na qual Azeredo Lopes confessa que "foi bom: pela primeira vez se recuperou armamento furtado. Eu sabia, mas tive que aguentar calado a porrada que levei. Mas, como é claro, não sabia que ia ser hoje".
De imediato, o deputado socialista pergunta ao governante se iria à Assembleia da República explicar ao que Azeredo Lopes lhe respondeu que sim, mas que não poderia dizer o que lhe estava a contar e que tinha sido uma "bomba".
Depois de ter ouvido António Costa na entrevista à RTP "jurar a pés juntos" que não sabia do encobrimento em Tancos, Rui Rio retomou uma acusação que já tinha feito anteriormente.
"Os ministros do dr. António Costa não põem o primeiro-ministro ao corrente do que de mais importante se passa no seu Ministério", afirmou.
Rio devolveu as acusações de nervosismo ao PS, salientando que estes é que têm colocado figuras como Carlos César e Augusto Santos Silva para "virem baralhar e confundir tudo".
Questionado se, caso o PS retire este assunto da campanha, o PSD também o fará, Rui Rio foi cauteloso.
"O PSD não vai tirar nem pôr Tancos na campanha, sobre cada matéria o partido faz as suas afirmações. As pessoas ouvem e avaliam. Agora, se o PS insiste, insiste, insiste, e obriga-me a voltar a dizer a mesma coisa", referiu.
Tancos: Rio desafia PS a esclarecer se MP "inventou" SMS com ex-ministro da Defesa
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Num mundo incerto e em permanente mudança, onde a globalização e a tecnologia redefinem o modo de conceber e fazer justiça, as associações e sindicatos de magistrados são mais do que estruturas representativas. São essenciais à vitalidade da democracia.
Só espero que, tal como aconteceu em 2019, os portugueses e as portuguesas punam severamente aqueles e aquelas que, cinicamente e com um total desrespeito pela dor e o sofrimento dos sobreviventes e dos familiares dos falecidos, assumem essas atitudes indignas e repulsivas.