Nove dos arguidos são acusados de planear e executar o furto do material militar dos paióis nacionais os restantes 14, entre eles Azeredo Lopes, da encenação que esteve na base da recuperação do armamento.
Os 23 arguidos do processo deTancos, entre os quais o ex-ministroAzeredo Lopes, saberão na sexta-feira se vão a julgamento e quais os crimes pelos quais ficarão pronunciados.
No final da fase de instrução, o Ministério Público (MP) pediu para que todos os arguidos fossem julgados pelos crimes de que foram acusados, tendo a procuradora revelado que ficou convencida que várias defesas concertaram posições, num processo que classificou de "extremamente singular".
Entre os acusados estão o ex-ministro da Defesa Azeredo Lopes, o ex-diretor nacional da Polícia Judiciária Militar Luís Vieira, o ex-porta-voz daquela polícia Vasco Brazão, três militares da GNR e o ex-fuzileiro João Paulino, acusados de um conjunto de crimes que vão desde terrorismo, associação criminosa, denegação de justiça e prevaricação, falsificação de documentos, tráfico de influência, abuso de poder, recetação e detenção de arma proibida.
Nove dos arguidos são acusados de planear e executar o furto do material militar dos paióis nacionais de Tancos e os restantes 14, entre eles Azeredo Lopes e os dois elementos da PJM, da encenação que esteve na base da recuperação do armamento.
Na fase de instrução, as defesas puderam rebater os argumentos acusatórios do MP e entregar ao juiz Carlos Alexandre novas provas.
Segundo o advogado de Azeredo Lopes, o processo de Tancos é um caso político e a acusação resultou de uma "invenção" e da "manipulação dos factos", tendo o ex-ministro reiterado que apenas foi informado de "aspetos do conteúdo" do memorando sobre a recuperação das armas de Tancos, e que o seu chefe de gabinete nunca detetou relevância criminal no documento.
O ex-diretor da Polícia Judiciária Militar (PJM) coronel Luís Vieira confirmou em tribunal que deu instruções para a recuperação das armas furtadas, garantindo desconhecer a existência de uma encenação e que "não houve qualquer intenção de encobrir os autores, nem houve qualquer pacto nesse sentido".
O major Vasco Brazão, investigador e ex-porta-voz da PJM admitiu nesta fase processual ser julgado por denegação de justiça, mas imputa responsabilidades no desenvolvimento do caso a Azeredo Lopes e ao ex-diretor da PJ Militar Luís Vieira.
O arguido João Paulino, que segundo o MP é um dos mentores do assalto a Tancos, assumiu perante o juiz ter participado no furto do armamento e afirmou que dois militares da GNR lhe disseram que o ex-ministro da Defesa estava implicado na encenação da recuperação do armamento.
Paulo Lemos, conhecido por 'Fechaduras' e o arrependido do processo que chegou a ser arguido no caso, negou ter sido pago pela PJ para funcionar como agente encoberto e disse que fez todos os possíveis para evitar o assalto aos paióis.
O caso do furto do armamento foi divulgado pelo Exército em 29 de junho de 2017 com a indicação de que ocorrera no dia anterior, tendo a alegada recuperação do material de guerra furtado ocorrido na região da Chamusca, Santarém, em outubro de 2017, numa operação que envolveu a PJM, em colaboração com elementos da GNR de Loulé.
Tancos: Decisão sobre julgamento dos 23 arguidos conhecida na sexta-feira
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