O antigo primeiro-ministro critica o PS por agir como se fosse aceitável a demissão de António Costa e a consequente necessidade de disputar eleições, mesmo tendo uma maioria absoluta no parlamento.
José Sócrates, num artigo de opinião publicado noDiário de Notícias, faz menção à operação que levou António Costa a demitir-se, após ter visto o seu nome envolvido na operaçãoInfluencer, fazendo com que Marcelo Rebelo de Sousa dissolvesse a Assembleia da República e convocasse eleições para março do próximo ano.
O ex-líder socialista critica o facto de o "país", após a queda do governo, se continuar a comportar "como se nada de incomum tivesse ocorrido". Afirma que é admirável o poder de "transformar em normal a situação mais incomum".
Afirma que a vida política tenta seguir em frente, "marchando em ordem unida e tentando regularizar o que nada tem de regular" e que a oposição se regozija com "o fim do ciclo", pouco se importando se esse ciclo se fechou "de forma legítima ou ilegítima".
Sócrates refere que "o comportamento mais extravagante é o do Partido Socialista", ao se comportar como uma "vítima perfeita", mesmo após o seu líder ter sido deposto. Ironiza dizendo que "é tudo aceitável, ainda que ontem tivesse maioria absoluta no Parlamento e hoje tenha umas eleições para disputar".
Ainda critica o facto de o partido já ter dois candidatos para a liderança e de António Costa não ter tido "direito a velório", sendo que apenas uma semana depois das investigações ao primeiro-ministro, "a notícia não é a demissão do governo, mas a disputa da liderança que ficou vaga".
No âmbito da investigação aos negócios de lítio, hidrogénio e centro de dados, acabaram por ser aplicadas medidas de coação muito mais leves do que as pedidas pelo Ministério Público, ao que Sócrates afirma que "o falhanço da operação ficou a dever-se um pequeno detalhe que constitui a mais importante regra do manual de lawfare - escolher cuidadosamente o juiz".
No processo estariam em causa os crimes de prevaricação, corrupção ativa e passiva de titular de cargo político e tráfico de influência, mas o juiz que "não foi escolhido de forma fraudulenta e se comportou como estando acima das partes" concluiu que "não há indícios que sustentem a legitimidade da ação contra as pessoas. A diferença que faz um juiz" mencionou o ex primeiro-ministro.
Refere ainda o artigo da procuradora da Procuradoria-Geral que foi alvo de um inquérito apenas porque "resolveu escrever o que pensa, enfrentando o poder sindical que há muito domina a instituição e reivindicando o regresso à ordem constitucional". No âmbito de um artigo de opinião da procuradora da Procuradoria-Geral foi aberto um processo, ao que Sócrates comenta que num "mundo judiciário tão habituado ao mando e à obediência, toda a discordância é herética"
Por fim, no seu artigo afirma que o PS procede a sua campanha interna, sem "distração com o processo judicial", sendo assim o Partido Socialista a "vítima perfeita".
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