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Sócrates atribuiu decisão de empréstimos em dinheiro vivo a Santos Silva

04 de novembro de 2019 às 08:46
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Antigo primeiro-ministro regressa, esta segunda-feira, a tribunal para ser ouvido novamente pelo juiz Ivo Rosa, em mais uma etapa da fase de instrução da Operação Marquês.

O juizIvo Rosa, do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), tinha agendado quatro dias desta semana para interrogar o ex-primeiro ministroJosé Sócrates, no âmbito da fase de intrução daOperação Marquês, mas as cerca de cinco horas diárias não foram suficientes para esgotar toda a matéria que consta da acusação do processo. Esta segunda-feira, o antigo governante regressa às instalações do TCIC para prosseguir o interrogatório. 

Segundo oCorreio da Manhã, durante as declarações a Ivo Rosa e ao Ministério Público, Sócrates garantiu que foi Carlos Santos Silva quem decidiu que os empréstimos ao antigo primeiro-ministro deviam ser feitos em envelopes de dinheiro para evitarem os circuitos bancários. "Não falava desses temas ao telefone pelo constragimento pessoal e para não ser mal interpretado", explicou o ex-chefe de Governo, explicando que aceitou tal proposta para que não parecesse que trabalhava para o amigo. 

Sócrates garantiu também, avança o jornal diário, saber quanto deve ao empresário, apesar de nunca ter apresentando documentos nesse sentido como prova. Além disso, justificou a inexistência de contratos como a "confiança" que une ambos. 

O juiz Ivo Rosa já interrogou o antigo primeiro-ministro mais de 20 horas e, segundo uma fonte ouvida pelaLusa, tem feito muitas perguntas, tendo a maior parte das vezes obtido como resposta que não sabe, que não está envolvido ou que desconhece o assunto sobre o qual está a ser inquirido.

No final do interrogatório de sexta-feira, Sócrates garantiu que continua "muito animado e muito satisfeito" com o decorrer das inquirições. "Estou preparado para tudo", atirou. 

Sócrates, que esteve preso preventivamente e em prisão domiciliária, está acusado de 31 crimes económico-financeiros. O antigo líder socialista foi acusado pelo Ministério Público da alegada prática de três crimes de corrupção passiva de titular de cargo político, 16 crimes de branqueamento de capitais, nove crimes de falsificação de documento e três crimes de fraude fiscal qualificada.

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