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Sócrates acusa MP de investigar violentamente governos PS e de proteger governos PSD

"De um lado investiga-se tudo, do outro encobre-se tudo", escreve o antigo primeiro-ministro num artigo de opinião sobre o caso da empresa familiar de Montenegro.

O antigo primeiro-ministro José Sócrates acusa o Ministério Público (MP) de ser parcial e investigar com "toda a violência" os governos socialistas e ter "toda a compreensão" para Governos do PSD num artigo de opinião publicado no Diário de Notícias.  

Pedro Catarino/Correio da Manhã

No artigo de opinião intitulado "Crise das Avenças", Sócrates recoda o processo-crime aberto pelo MP que envolveu o ex-primeiro-ministro António Costa, afirmando ter sido "um golpe perfeito", para depois escrever que o MP "não abriu nenhuma investigação" ao caso do atula primeiro-minsitro e com as evenças pagas pela Solverde à sua empresa familiar enquanto era já chefe do Governo. "Contra os Governos socialistas, toda a violência; contra os Governos do PSD, toda a compreensão", acusa Sócrates.

O ex-primeiro-ministro critica ainda no artigo do Diário de Notícias as comparações que são feitas entre o caso de Luís Montenegro e o de Manuel Pinho, que foi ministro no Governo de Sócrates. "No caso de Manuel Pinho os pagamentos que recebeu do BES resultam de trabalhos anteriores à sua entrada em funções públicas; no caso do atual primeiro-ministro, os pagamentos à sua empresa resultam de trabalhos prestados durante o exercício de funções públicas", escreve Sócrates dizendo que Manuel Pinho foi "condenado injustamente". O ex-ministro da Economia foi condenado a dez anos de prisão efectiva por dois crimes de corrupção passiva para acto ilícito, um crime de fraude fiscal e um crime de branqueamento, tendo o tribunal dado como provado que Pinho recebeu cerca de 4,9 milhões de euros pagos pela ES Enterprises enquanto exercia funções no Governo.

Sócrates lembra ainda um email que o MP brasileiro terá enviado ao MP nacional a dizer que "Pedro Passos Coelho candidatou-se a reeleição para primeiro-ministro de Portugal em 2015, e que campanha política foi capitaneada por André Gustavo Vieira da Silva", acusando os procuradores portugueses de nunca terem investigado esta denúncia. 

"Estamos agora em 2025, passaram dez anos, mas o comportamento é o mesmo: as avenças não merecem investigação. A crise das avenças é também a crise da dupla moral das instituições penais: de um lado investiga-se tudo, do outro encobre-se tudo. O critério para distinguir uma da outra é a política", conclui Sócrates.

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