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Sindicato pede reunião à ACT por causa dos trabalhadores da Uber Eats e Glovo

07 de março de 2019 às 16:11
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O Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte pretende que os trabalhadores recebam "um salário mínimo de 700 euros e, dado que não lhes dão a alimentação que os demais têm em espécie, que lhes paguem nove euros de subsídio".

O Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte quer reunir-se com aAutoridade para a Condições do Trabalho(ACT) por causa daUber Eats eGlovo.

Em declarações à Lusa, Francisco Figueiredo, responsável da estrutura, deu conta de um caderno reivindicativo, que foi debatido esta quinta-feira numa reunião com funcionários destas empresas de entrega de refeições ao domicílio.

"Os trabalhadores têm local de trabalho determinado, cumprem ordens de direção e fiscalização, têm horário pré-estabelecido e isso configura um contrato por conta de outrem", garante.

Por isso, o sindicato entende que as empresas "devem acabar com esta prática da precariedade dos recibos verdes e estes trabalhadores têm direito a um seguro de acidentes de trabalho, férias pagas e subsídios de férias e Natal".

Além disso, a estrutura pretende que os trabalhadores recebam "um salário mínimo de 700 euros e, dado que não lhes dão a alimentação que os demais têm em espécie, que lhes paguem nove euros de subsídio", refere Francisco Figueiredo.

A organização sindical pretende ainda que os funcionários destas empresas recebam ajudas de custo de 80 cêntimos por entrega, bem como 60 cêntimos de prémio de assiduidade.

"Queremos apenas nivelar estas condições de trabalho com as que estão no mercado para as demais empresas distribuidoras de refeições ao domicílio", como a Pizza Hut e a Telepizza, de acordo com a mesma fonte.

"Entendemos que estas multinacionais como a Uber Eats e a Glovo devem criar melhores condições e não cobrar o que estão a cobrar atualmente para permitir que as empresas possam ter os trabalhadores contratados e não a recibo verde", referiu o responsável.

O sindicato está também preocupado com os trabalhadores emigrantes que "estão ilegais, em particular brasileiros. Muitos não têm casa e estão a ser alojados precariamente nas empresas. São os que estão mais vulneráveis, não têm residência, nem onde comer", adiantou a mesma fonte.

Francisco Figueiredo referiu ainda que o sindicato estima "que haja no GrandePortocerca de 300 trabalhadores que estão afetos a esta área. Há quem ande a entregar de bicicleta, há outros que são completamente ilegais porque é o pai ou familiar que passam o recibo. Todos eles não têm seguros contra acidentes de trabalho e para tirarem um salário mínimo têm de trabalhar das 09h00 às 24h00, o que implica que não têm um descanso mínimo de 10 horas, o mínimo dos mínimos previsto na contratação coletiva", salienta.

Estas propostas serão apresentadas às empresas, às quais o sindicato vai solicitar uma reunião e junto da ACT.

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